Luís Marques Mendes comentou, este domingo, a polémica que veio a público, nos últimos dias, sobre o (agora) ex-deputado do Chega, Miguel Arruda, acusado de roubar malas dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada, dizendo que se trata de um caso que "tem um lado cómico", mas também um "lado sério que é grave".
"O lado da comédia já toda a gente percebeu. Um deputado que, alegadamente, andou a roubar malas em dois aeroportos. O caricato é de gargalhada, isto é tudo patético, é ridículo", afirmou o antigo líder do Partido Social Democrata (PSD) no seu habitual espaço de comentário na SIC. Já sobre a "gravidade da situação", questionou: "Este deputado vai continuar a ser deputado na Assembleia da República? Inaceitável".
"Nas questões políticas, há questões jurídicas e há questões éticas. Do ponto de vista jurídico, haverá uma investigação, depois haverá, eventualmente um julgamento (...) mas depois há questões de natureza ética. Este comportamento é absolutamente censurável, a ética não é apenas a lei", frisou Marques Mendes, elaborando ainda que "um deputado que tem este comportamento continua no Parlamento, a contaminar a imagem de todos os deputados?".
"Isto é mau para a Democracia", sublinhou o comentador, apontando que se o deputado tivesse "um pingo de decência e vergonha tomava a iniciativa de sair" ou "no mínimo, suspender o mandato até que o processo judicial terminasse".
Questionado sobre a intenção de Miguel Arruda colocar baixa médica, o comentador político voltou a sublinhar que o deputado "devia sair".
"O Parlamento devia ter, em situações como estas, mecanismos para, mesmo que o deputado não queira sair, fosse 'obrigado', a sair. Não tem esse mecanismo, mas devia ter", realçou Marques Mendes, relembrando que "há 20 anos" chegou a "propor na Assembleia da República, a criação de uma Comissão de Ética independente com uma composição senatorial".
O social-democrata afirmou ainda que "se os partidos todos, da Direita à Esquerda, com a influência que têm (...) fizerem pressão sobre ele, ele vai acabar por sair".
"Vejo os partidos todos a criticar, mas agora deviam fazer a segunda parte que era desafiá-lo a renunciar, a suspender o mandato e deviam mostrar a sua indignação porque, evidentemente, isto faz com que as pessoas se afastem da Democracia, das instituições, da política e dos políticos", sublinhou.
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