Imigração? Alexandra Leitão defende Pedro Nuno e pede "mais serenidade"

A líder parlamentar do PS pediu, no domingo, "mais serenidade" no debate em torno das declarações do secretário-geral sobre imigração e a manifestação de interesse, incluindo aos socialistas, e defendeu que a posição de Pedro Nuno Santos não é nova.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
27/01/2025 00:16 ‧ ontem por Lusa

Política

PS

"As reações na sociedade, nas forças políticas, à entrevista do secretário-geral do PS demonstram bem uma coisa que é, a meu ver, um dos primeiros problemas deste assunto, do assunto da imigração, que é ele estar a ser tratado com uma enorme polarização na sociedade e nas diversas forças políticas, é ele ser tratado com uma perspetiva sempre pouco serena, pouco construtiva, muito polarizada, muito extremada", afirmou Alexandra Leitão.

 

No programa de comentário Princípio da Incerteza, na CNN Portugal, apelou a "mais serenidade e mais construtividade neste debate, de todos, a começar na própria sociedade".

Questionada pelo moderador, o jornalista Carlos Andrade, se este apelo também se dirige ao interior do PS, a deputada respondeu: "A todos".

"O pedido de serenidade e de construtividade neste debate aplica-se a todos, à sociedade, às forças políticas, aos técnicos, aos cientistas, a todos, e a mim própria também, antes de mais", indicou, pedindo também que não "se extrapole a partir de duas ou três afirmações".

A líder parlamentar do PS defendeu igualmente que "não foi o PS, nem agora o secretário-geral do PS, que tomou nenhuma posição nova relativamente à manifestação de interesse".

Alexandra Leitão assinalou que quando o PS pediu a apreciação do decreto-lei do Governo que revogou as manifestações de interesse, em junho, não teve como intenção repor este mecanismo.

"O requerimento diz que é preciso legislar para ocupar, para preencher, o vazio legal que ficou deixado pelo Governo no momento em que revoga, sem substituir, a figura da manifestação de interesse", afirmou.

A deputada disse que, na mesma linha, Pedro Nuno Santos quis transmitir que o PS identificou "um vazio legal [que] tem que ser preenchido", e não se revê "na figura da manifestação de interesse tal como está".

Alexandra Leitão indicou que o PS está "a estudar" alternativas e, apesar de "não ser muito fácil", afirmou o partido já tem "umas três ou quatro pistas", mas não as quis concretizar.

A dirigente estimou que essas propostas possam ser apresentadas "provavelmente ainda esta semana".

Também na noite de domingo, Alexandra Leitão esteve no programa da SIC "Isto é Gozar com Quem Trabalha", onde afirmou que "a cultura do PS é mesmo a de pluralismo, portanto está totalmente respeitada" e defendeu que "estes debates devem ser feitos com base em informações e dados, em estudos científicos, e menos com base em polarização e extremismos".

Em entrevista ao Expresso, o líder do PS admitiu que não se fez tudo bem nos últimos anos quanto à imigração e que irá propor uma solução legislativa que permita regularizar imigrantes que estão a trabalhar, mas recusa recuperar a manifestação de interesse.

Pedro Nuno Santos prometeu para o final do mês uma proposta para acabar com uma "situação de terra de ninguém ou um vazio na lei" porque foi eliminada a manifestação de interesse, mas recusou recuperar esse instrumento tal como existia porque aquilo que é preciso é "encontrar válvulas de escape que permitam a regularização de imigrantes que estão a trabalhar".

"Não fizemos tudo bem nos últimos anos no que diz respeito à imigração", assumiu. Na opinião do líder do PS, o "Estado e o país não se prepararam para a entrada intensa de trabalhadores estrangeiros", dando como exemplos o SNS, a educação ou a habitação.

Estas declarações foram criticadas dentro do PS por figuras como a eurodeputada e antiga ministra Ana Catarina Mendes, o deputado e antigo ministro da Administração Interna José Luís Carneiro (que disputou a liderança contra Pedro Nuno Santos) ou o ex-líder parlamentar Eurico Brilhante Dias.

Leia Também: Imigração? "Ouvi, com muita perplexidade, as declarações de Pedro Nuno"

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