Em declarações hoje à agência Lusa, o candidato socialista e vereador na autarquia disse representar "uma candidatura assente nos valores do socialismo e da social-democracia europeia, que se preocupa em garantir oportunidades a todos, independentemente da sua geografia ou condição de nascimento".
"Representamos todo o legado que herdamos, mas queremos construir em cima desses alicerces uma candidatura com arrojo, virada para os desafios do futuro do território que são, claramente, o desafio demográfico e o desafio climático", reforçou o candidato, de 37 anos.
Médico de clínica geral na Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), João Braga Simões garantiu "uma candidatura forte" à Câmara de Arcos de Valdevez, no distrito do Viana do Castelo.
"A nossa responsabilidade primeira está em atacar a raiz dos desafios que se nos deparam, a demografia e clima", apontou o vereador socialista, referindo não se poder "falar de educação sem falar da falta de alunos que poderá em breve chegar às escolas" do concelho.
João Braga Simões disse que também não se pode "falar de saúde e ação social se se ignorar que o envelhecimento da população cresce todos os anos e que cada vez há menos jovens".
E "não podemos falar de investimento empresarial se os clientes locais diminuírem, não podemos falar de turismo sem falar em ecologia e preservação da natureza. Para isso, queremos envolver os vários setores da sociedade civil na construção de respostas, queremos a Câmara Municipal como 'pivot' de relações férteis entre os agentes associativos, empresariais, sociais e culturais, preservando a autonomia e capacidade de iniciativa de cada um", defendeu.
O candidato quer aproveitar "a excelente relação de proximidade" da população que reside no concelho "com os arcuenses da diáspora que foram em busca de outras oportunidades" para "construir uma plataforma de desenvolvimento comunitário, que seja mais do que a tão importante ação caridosa de apoio a instituições ou pessoas em dificuldades".
"Temos a visão de uma relação com a diáspora que permita independência e ação direta daqueles que querem contribuir para o desenvolvimento da sua terra, estando cá, ou estando fora, mas em condições de participar num projeto conjunto pelos arcuenses e que ajude a contrariar o desafio demográfico com que nos deparamos", especificou.
No que diz respeito ao desenvolvimento agroflorestal, defendeu "o real aproveitamento da mancha verde, a maior do distrito e uma das maiores do país".
"Um trabalho persistente e sustentado de emparcelamento agrícola e florestal, com total respeito pela propriedade privada, mas que dê condições ao território para transformar as pequenas parcelas de minifúndio, inúteis para aproveitamento e que apenas oneram os seus donos, sem qualquer retorno efetivo, em áreas funcionais maiores, infraestruturadas e com condições para atração de investimento, por exemplo vitivinícola, mas também florestal", especificou.
Admitiu tratar-se de "um processo longo e demorado, que atravessa ciclos eleitorais, mas considerou que "se ao longo de oito séculos de história foi do chão que os arcuenses tiraram o seu sustento, podem bem voltar a ser, se houver visão e estratégia".
Acrescentou ter "em preparação um programa político para Arcos de Valdevez que será um Livro Branco para os arcuenses, mas também para a região alto-minhota e transfronteiriça".
"Partimos para este projeto com uma visão positiva e construtiva para o concelho. Acreditamos que a nossa visão para Arcos de Valdevez com futuro é a acertada. E, acima de todos os interesses, no nosso partido estão Arcos de Valdevez e os Arcuenses", disse.
O executivo da Câmara de Arcos de Valdevez conta com cinco eleitos do PSD e dois do PS.
O atual presidente da Câmara é o social-democrata João Manuel Esteves, que não pode concorrer por ter atingido o limite de três mandatos consecutivos. O partido ainda não anunciou o nome do seu sucessor.
As eleições autárquicas deverão decorrer entre 22 setembro e 14 outubro de 2025.
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