BE visitou Relvinha: "Quando país quer" encontra soluções para habitação

O bairro da Relvinha, projeto comunitário construído pelos moradores após o 25 de Abril, serviu hoje de "inspiração" para os deputados do BE que insistiram que "quando o país quer" encontra soluções para a crise da habitação.

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Lusa
28/01/2025 15:44 ‧ há 3 dias por Lusa

Política

Habitação

"A casa do proletário, não pode sair do seu salário". A frase está inscrita num dos muros à entrada do bairro da Relvinha, localizado na zona suburbana da cidade de Coimbra e, para os bloquistas, continua tão atual como há cerca de cinquenta anos.

 

"[Este bairro] mostra que quando o país quer e as pessoas querem e há os meios, encontra-se soluções de habitação", afirmou o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, durante a visita ao bairro no âmbito das jornadas parlamentares do partido, que terminam hoje, em Coimbra.

No final dos anos 50, ainda durante a ditadura, várias famílias foram retiradas do centro da cidade para a periferia, onde viviam sem condições dignas de habitabilidade.

Ao abrigo do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), programa estatal de construção habitacional, lançado em 1974, logo após a Revolução dos Cravos, moradores e vários voluntários, até internacionais, juntaram-se para erigir o bairro da Relvinha, composto por 34 moradias unifamiliares e um bloco de habitação coletiva, já construído na década de 80.

"Esta é uma história em que uma população que acaba por ser expulsa do centro da cidade pela pressão da construção consegue construir comunidade de uma forma em que há um projeto que envolve a população, que garante que essa população tenha acesso à habitação acessível e que faz parte da sua vida a organização deste bairro e a forma como ele foi construído", realçou a deputada Marisa Matias.

Na ótica da bloquista, esta é "uma história importante e que nos deve inspirar a todos e a todas nos dias que correm, porque a crise da habitação é uma das crises mais graves" que o país vive.

A visita, guiada pelo arquiteto José António Bandeirinha, arrancou num espaço utilizado para "aulas de ginástica" e "de informática" e que há alguns anos os moradores querem transformar em centro cultural e social, faltando algumas estruturas e anexos.

Um dos moradores, Álvaro Duarte, 67 anos, que vive na Relvinha desde os 17, confessou que faz falta "um cobertozinho" numa das zonas centrais do bairro para os moradores "conviverem e assarem uns franguinhos e umas sardinhadas".

Idealizado entre o "pragmatismo dos políticos" e a "qualidade arquitetónica que também é um direito das populações", como explicou José António Bandeirinha, o bairro da Relvinha continua a funcionar numa lógica de comunidade, perpetuando a memória de um dos maiores dinamizadores do bairro, Jorge Vilas, recordado com saudade por quem lá vive.

Considerando que esta é "uma história de sucesso", Marisa Matias insistiu nalgumas das propostas já apresentadas pelo partido nestas jornadas parlamentares que visam resolver a crise da habitação.

"É preciso fazer um levantamento das casas que estão devolutas, vazias, em ruínas neste país, sejam elas património público ou privado. É preciso, efetivamente, controlar as rendas. Os preços que são praticados são insuportáveis para quem aqui vive, trabalha, para quem estuda e é preciso também garantir que não há pessoas, em particular neste caso os mais jovens, estudantes, que são prejudicados, que não estão protegidos porque têm contratos de arrendamento informais e, portanto, é preciso que esses contratos sejam regularizados", sublinhou.

Leia Também: Jornadas parlamentares do BE arrancam hoje com foco na habitação

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