"Eu estabeleci como objetivo principal, objetivo prioritário, passar à segunda volta das eleições presidenciais do próximo ano e depois disputá-las, evidentemente, para vencer, como nós fazemos em todas as candidaturas", afirmou.
O presidente do Chega, que apresenta a candidatura em 28 de fevereiro, indicou que "as três grandes bandeiras" para a campanha serão "a luta contra a corrupção, contra a emigração ilegal e pela segurança".
Em declarações aos jornalistas na Embaixada da Hungria em Lisboa, antes de um almoço com o ministro dos Negócios Estrangeiros daquele país, Péter Szijjártó, o líder do Chega referiu-se à sondagem do ICS/ISCTE, feita para o Expresso e a SIC, que aponta o almirante Gouveia e Melo como possível vencedor e indica que Ventura poderá disputar a segunda volta das eleições presidenciais.
"Se à segunda volta for um candidato do Chega e outro qualquer, ou do PS, ou um candidato não-partidário, o PSD vai preferir pedir para se votar no candidato do Chega, ou vai pedir que ganhe um candidato fora do nosso espaço político à direita?", questionou, num desafio aos sociais-democratas.
Ventura disse que o Chega não indicará o voto num candidato próximo do PS, mas também não o fará para o antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes, que confirmou na quinta-feira à noite que se candidata a Belém em 2026, por considerar que, "nos últimos anos, foi o grande defensor, todas as semanas, na SIC, do governo de António Costa".
"Se à segunda volta tivermos o almirante Gouveia e Melo e o doutor Marques Mendes, eu indicaria o almirante Gouveia e Melo como a melhor solução para uma segunda volta", afirmou, considerando que o antigo chefe do Estado-Maior da Armada "representa melhor o espaço do centro direita do que o doutor Marques Mendes".
"O país está dividido neste momento. As eleições legislativas já mostraram que o país deixou de ter um sistema bipartidário e passou a ter um sistema tripartidário", sustentou, recusando que a direita esteja fragmentada.
Na ocasião, o líder do Chega referiu-se também à comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas em 2020 com um dos medicamentos mais caros do mundo e criticou a decisão do Presidente da República de não se pronunciar perante aquela comissão.
"Acho que é uma má decisão, que não prestigia a democracia e o parlamento e acho, sobretudo, que o Presidente da República se está a esconder", acusou.
Por outro lado, saudou o anúncio de Marcelo Rebelo de Sousa de que tenciona convocar uma reunião do Conselho de Estado sobre segurança, como pediu o presidente do Chega.
André Ventura foi questionado ainda sobre uma notícia de hoje do Jornal Económico de que o Governo estaria interessado em que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) avance com a compra do Novo Banco e que o banco público já destacou uma equipa interna para estudar essa possibilidade.
Sobre essa hipótese, o ministro das Finanças reiterou hoje que o executivo "respeita a autonomia de gestão" da CGD e não se imiscui nas decisões do banco "de avaliação de condições de mercado relativamente a concorrentes".
O presidente do Chega foi crítico, considerando que "os contribuintes estão fartos de estar a gastar dinheiro no setor da banca", e defendeu que "a banca tem que funcionar como setor privado, a banca tem que funcionar como setor forte, a banca tem que funcionar com a iniciativa privada e com o mercado de capitais, não é com o Estado e com os contribuintes".
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