A posição foi assumida pelo presidente do Chega, André Ventura, em declarações aos jornalistas, no parlamento, a propósito da notícia do Expresso de que Silvério Regalado, sucessor de Hernâni Dias como novo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, fez ajustes diretos enquanto autarca em Vagos com a sociedade de advogados de Luís Montenegro, então deputado.
Os casos foram analisados pela subcomissão de Ética do parlamento em 2017 que aprovou pareceres no sentido de ausência de incompatibilidades da acumulação do lugar de deputado e advogado.
André Ventura disse que o "primeiro-ministro tem uma palavra a dizer" sobre a nomeação de alguém que, acrescentou, "beneficiou a empresa do primeiro-ministro em mais de 200 mil euros".
"Isto é inaceitável e eu queria apelar ao primeiro-ministro que reconsiderasse a nomeação deste secretário de Estado para o exercício de funções governativas", disse.
Ventura defendeu também que "é um erro e é um desprestígio para a democracia e para o Governo em Portugal" a escolha de Silvério Regalado e disse esperar que o "primeiro-ministro ainda vá a tempo de cobrir esta lacuna brutal, ética, que levou a cabo ao conhecer-se que quem nomeia foi alguém com quem teve negócios".
André Ventura foi questionado sobre a notícia do Jornal de Notícias, que dá conta de que João Silva, conselheiro do Chega e rosto do partido em Oliveira do Hospital, é acusado de destruir e ameaçar com faca um rival interno, mas recusou-se a comentar o caso optando por acusar o JN de "ignorar a corrupção nas autarquias que devia cobrir por motivos políticos".
O líder do Chega acusou o jornal de querer proteger o caso de corrupção na Câmara de Valongo, considerando "gritante" que o diário tenha optado por dar destaque a "uma ameaça entre dois dirigentes".
"Sabem o que é isto? Não é jornalismo, é pura perseguição política", concluiu.
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