A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, condenou, esta quinta-feira, o Chega pelos insultos que ocorreram durante o debate dedicado à inclusão no Ensino Superior, considerando que "todas e todos" têm o "dever" de impedir "que episódios destes aconteçam no Parlamento".
"O que se passou hoje na Assembleia da República não atinge apenas a honra da bancada do PS. Chamar de 'aberração' à deputada Ana Sofia Antunes ou dizer que só intervém quando os assuntos envolvem deficiência, entre outros apartes, como fez o Chega é o grau zero da decência política", começou por escrever a também deputada única do PAN, numa publicação partilhada na rede social X.
"Perante isto, temos todas e todos o dever de não nos calarmos e de não permitirmos que episódios destes aconteçam no Parlamento, seja ou não essa pessoa da nossa força política", defendeu.
Em causa, recorde-se, está o facto de Diva Ribeiro ter acusado a deputada socialista Ana Sofia Antunes, que é cega, de só conseguir intervir em assuntos relacionados com inclusão. As declarações geraram indignação não só na bancada socialista, mas também por parte do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Social Democrata (PSD), que acusaram a bancada do Chega de continuar com este tipo de discurso com os microfones desligados.
"É curioso também que a senhora deputada Ana Antunes só consiga intervir em assuntos que envolvem, infelizmente, a deficiência", atirou a parlamentar do Chega, numa altura em que eram debatidos projetos sobre inclusão no Ensino Superior.
A declaração motivou um pedido de defesa da honra da bancada parlamentar do PS, com Marina Gonçalves a acusar Diva Ribeiro de desrespeitar "o trabalho sério" dos deputados socialistas que falam "por igual sobre qualquer tema", e mereceu críticas de outros partidos.
Joana Mortágua, do BE, relatou ainda "ofensas por parte da bancada parlamentar do Chega" dirigidas a Ana Sofia Antunes quando os microfones estavam desligados, acusação corroborada pelo líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, que considerou inaceitáveis os comentários, "muito mais do que o que se continua a dizer - que é demais e pouco dignificante - com o microfone aberto".
De acordo com a CNN Portugal, a bancada do Chega teceu inúmeros insultos a vários deputados e contra a deputada Ana Sofia Antunes, a quem declararam injúrias como "aberração", "drogada" ou "pareces uma morta", tal como comprovou um repórter no local.
"O insulto 'aberração' ouviu-se da nossa bancada", confirmou Joana Mortágua à estação, referindo que não ouviu os restantes insultos, mas que sabe que há quem tenha ouvido.
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