O socialista Pedro Delgado Alves comentou a remodelação do Governo, depois de seis novos secretários de Estado terem tomado posse na quinta-feira - ainda que um destes já tenha sido notícia, devido a ajudes diretos feitos com Luís Montenegro, quando o primeiro era autarca e o segundo fazia parte de uma sociedade de advogados, entre 2015 e 2021.
À SIC Notícias, Pedro Delgado Alves disse que "forçava" a movimentação no Executivo era a oportunidade. "A oportunidade é utilizado no sentido de resolver. Muito provavelmente, se fosse uma relação no Facebook era daquelas que estavam na "fase difícil" entre ministros e secretários de Estado - e seguramente aqueles 'é complicado'. Desatou-se o nó. Há uma atualização do 'status' do Facebook, que é uma coisa razoavelmente normal", considerou.
Apontando que as saídas podem ter acontecido também por vontade própria dos ex-governantes, Pedro Delgado Alves afirmou: "A história da remodelação é só isto: esta oportunidade que se abriu pode ter sido uma oportunidade desperdiçada para numas áreas que estão mais diagnosticadas como estando em crise, ou com maiores dificuldades, de ter feito alguma mexida." Pedro Delgado Alves adiantou ainda que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, "registou" desta remodelação que o chefe de Governo, Luís Montenegro, "não identifica no seu Governo os mesmos problemas que [...] quase todos nós identificamos no Governo. Entendeu que não se justificavam alterações em alguns ministérios, desde logo no ministério da Saúde".
"Não é só haver problemas na saúde, é questão de haver problemas com a equipa da Saúde", atirou, considerado que "é uma remodelação pequena" desta perspetiva.
"É uma remodelação menor, um acerto nesta fase. Não tenho tanta a certeza de que isto signifique que ficou fechado o quadro das remodelações", considerou, rejeitando especulações relacionadas com as autárquicas.
O socialista rejeitou a ideia que o Executivo 'alargou' a base. "Dentro das escolhas, são pessoas de até alguma proximidade a Luís Montenegro. Quer Carla Rodrigues, quer Silvério Regalado, são do seu distrito, são pessoas próximas", considerou.
"O que sublinho é mesmo a ideia desta oportunidade perdida num setor que precisa de uma equipa nova. O caso da Saúde é muito evidente, flagrante", reforçou.
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