Ventura avança com censura se Montenegro não der explicações em 24 horas

O líder do Chega anunciou hoje que apresentará uma moção de censura ao Governo caso o primeiro-ministro, Luís Montenegro, não dê explicações ao país nas próximas 24 horas sobre aquilo que apelidou de "suspeita de absoluta de corrupção".

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Lusa
16/02/2025 16:18 ‧ há 5 dias por Lusa

Política

Chega

Em conferência de imprensa, André Ventura considerou que, na sequência da notícia do Correio da Manhã de sábado sobre a mulher e os filhos do primeiro-ministro terem uma empresa de compra e venda de imóveis que pode alegadamente beneficiar da recente revisão da lei dos solos, "a falta de resposta a questões básicas e a suspeita absoluta de corrupção sobre o primeiro-ministro", Luís Montenegro, não "deixa outra alternativa".

 

"Se essa resposta persistir em não ser dada, em ser ocultada, então amanhã [segunda-feira] a esta hora o Chega dará entrada com uma moção de censura ao Executivo", anunciou aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, dando a Luís Montenegro "24 horas" para esclarecer este caso.

O líder do Chega disse ainda que já transmitiu ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esta intenção de moção de censura "caso o primeiro-ministro não dê respostas satisfatórias".

Ventura referiu que a "nova legislação dos solos aprovada pelo Governo tem como principal objetivo permitir construir em terrenos rústicos que até agora eram interditos à construção", referindo que Luís Montenegro, que apelidou de "quase um magnata do imobiliário", é "portador de 49 terrenos rústicos".

"Aqui a questão é que legislou em causa própria, em causa familiar e isso é inaceitável em qualquer governo democrático, a quem diz lutar contra a corrupção e contra as incompatibilidades", alegou.

Com o objetivo de "desmentir o que disse o líder parlamentar do PSD em direto para o país", o líder do Chega contrapôs que aquilo que existe "é uma imobiliária no sentido estrito e jurídico do termo".

"Não sabemos se é sócio ainda ou já não da imobiliária que fundou. Sabemos que é beneficiário, pelo regime de casamento, do enriquecimento que esta imobiliária venha a ter com a nova lei dos solos", acrescentou.

Ventura disse ainda que transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa "a intenção do Chega de avançar com uma moção de censura ao Governo para evitar que o ciclo de corrupção se propague, se densifique e se consolide".

"Não podemos ter um primeiro-ministro que é ao mesmo tempo primeiro-ministro e o magnata do imobiliário", defendeu.

"Única aberração que acho aqui é a aberração da corrupção no Governo"

Ventura foi ainda questionado sobre a polémica dos últimos dias que envolveu a bancada do Chega e a deputada cega do PS, Ana Sofia Antunes, respondendo que já tinha falado do tema na sexta-feira e escusando-se a fazer mais comentários porque se queria focar neste tema.

"A única aberração que eu acho aqui é a aberração da corrupção no Governo. Não sei se quero passar isto hoje à noite, mas é mesmo assim. A aberração da corrupção e da incompatibilidade de funções é o que mancha a democracia", disse, usando a expressão "aberração" que foi atribuída à bancada do Chega como um dos insultos dirigidos à bancada do PS.

Compreendo "os pequenos toques no Parlamento", o presidente do Chega defendeu que o que "toca na alma" dos portugueses "é o dinheiro que lhes foge da corrupção todos os dias, todos os meses".

No sábado, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, classificou como "absurda e injustificada" a sugestão que poderá existir um conflito de interesses pelo possibilidade de a empresa imobiliária da sua família poder beneficiar da recente revisão da lei dos solos aprovada recentemente pelo Governo.

Família de Montenegro tem imobiliária? PSD nega, PS pede

Família de Montenegro tem imobiliária? PSD nega, PS pede "explicações"

Pedro Nuno Santos recordou que, quando Luís Montenegro estava na oposição, "fazia sempre questão de exigir explicações ao Governo anterior".

Notícias ao Minuto com Lusa | 07:46 - 16/02/2025

Segundo a notícia do Correio da Manhã de sábado, a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro têm uma empresa de compra e venda de imóveis, de que Luís Montenegro foi fundador e gerente e uma vez que casou com comunhão de adquiridos, segundo o jornal, o primeiro-ministro poderia beneficiar dos proveitos, algo negado por Luís Montenegro.

[Notícia atualizada às 17h41]

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