"Esta moção de censura foi um autogolo, o Chega marcou na própria baliza"

O líder parlamentar do PSD citou hoje a deputada do PS Isabel Moreira para defender que, na vida pública, não "deve ser preciso ir tão longe como o primeiro-ministro foi" na revelação de dados privados para se provar integridade.

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© PSD/ flickr

Lusa
21/02/2025 18:43 ‧ ontem por Lusa

Política

Hugo Soares

No final do debate da moção de censura, na Assembleia da República, Hugo Soares leu uma parte de um 'tweet' da deputada do PS Isabel Moreira que, após o discurso inicial do primeiro-ministro no debate, considerou que se tinha aberto "o concurso do 'espelho meu, espelho meu, quem é mais transparente do que eu'" e era um "precedente gravíssimo" ao permitir um "desfiar de informação" a que o público não deve ter acesso.

 

"Tive profundíssimas discordâncias com a deputada Isabel, mas devo dizer que a aplaudo, porque eu concordo com ela", afirmou Hugo Soares, que omitiu, contudo, uma parte do 'tweet' de Isabel Moreira, que acusou Montenegro de ter optado estrategicamente por partilhado informações que não devia, considerando isso grave.

Para o líder parlamentar do PSD, "na vida pública, não é preciso ir tão longe como o senhor primeiro-ministro foi, para que o país saiba que tem um primeiro-ministro sério e absolutamente íntegro a chefiar o Governo de Portugal".

"Esta moção de censura foi um autogolo, o Chega marcou um golo na própria baliza", defendeu Hugo Soares que, considerou, contudo, que a iniciativa foi útil porque permitiu que o primeiro-ministro desse explicações na casa da democracia e "para desmascarar a intenção do Chega"

"Eles vieram tosquiar, saíram daqui tosquiados", ironizou, numa intervenção que mereceu um aplauso de pé da bancada do PSD.

O líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, acusou o Chega de fazer um "uso rasteiro das figuras regimentais" e de só ter apresentado a moção de censura para desviar as atenções dos casos que afetam o partido.

"Deputado André Ventura, à conta do Chega, passámos aqui uma tarde a discutir um não facto e a debater uma não demonstração. Ou seja, uma tarde ineficiente e inútil. Há dias assim... Desejo um bom fim de semanas a todos", disse Paulo Núncio.

Também o líder da IL, Rui Rocha, deixou críticas ao Chega, mas também considerou que o primeiro-ministro precisa de dar "explicações finais, definitivas", sobre a empresa que detém com a mulher e filhos, em particular no que diz respeito aos seus clientes em 2024 e 2025.

"É preciso total transparência: o senhor primeiro-ministro contribuiu para isso, mas não foi até ao fim. Creio que haveria vantagem em fazê-lo", sustentou.

A deputada do Chega Cristina Rodrigues também considerou que as justificações de Montenegro não foram suficientes, perguntando se acha normal ter a sede de uma empresa na casa da sua morada de família.

"Uma empresa que não tem e-mail oficial, que não tem 'site', como é que angaria clientes? É por obra e graça do Espírito Santo? Ou é por obra e graça do doutor Luís Montenegro e dos favores que pode prestar aos amigos?", questionou.

Leia Também: "Vamos segurar este grande ativo que é a estabilidade", pede Montenegro

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