BE desafia Montenegro a apresentar moção de confiança: "Seja consequente"

A líder bloquista, Mariana Mortágua, apontou que se o chefe do Governo, Luís Montenegro, disse que era uma moção de confiança que servia para avaliar a confiança no Executivo, esta deveria ser feita - ainda que membros do Governo já tenham vindo justificar a retirada desta proposta de cima da mesa, e explicado a razão.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Notícias ao Minuto
02/03/2025 16:37 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

Política

Mariana Mortágua

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, pressionou o Governo, este domingo, para que apresente a moção de confiança proposta no sábado - mas rapidamente 'retirada' por, alegadamente, já não fazer sentido.

 

Reforçando que o Bloco "não confia no Governo", Mortágua explicou que o que se esperava do primeiro-ministro, Luís Montenegro, é que fosse "consequente com as suas palavras".

"O que esperamos do primeiro-ministro é que seja consequente com as suas palavras. O primeiro-ministro disse que o instrumento para avaliar a confiança era uma moção de confiança. Pois então que o faça", desafiou, em declarações aos jornalistas, em Coimbra. "Caso contrário, estamos perante um jogo inconsequente em que o primeiro-ministro faz ameaças de instabilidade para não ter de responder a perguntas", contrapôs.

"Não é aceitável numa democracia que se jogue assim, com os instrumentos parlamentares, com a vontade e o direito que as pessoas têm em ser esclarecidas quanto a matéria tão importante", considerou ainda.

Mortágua apontou também que Luís Montenegro não esclareceu o que tinha para esclarecer e que acabou por "admitir que tinha de vender a empresa".

"Se tem de vender a empresa é porque admite uma incompatibilidade. Se houve uma incompatibilidade e se diz que agora que vai pedir escusa no caso da Solverde, que outras empresas deverão merecer a escusa do primeiro-ministro? Em que outros casos foi violada a escusa do primeiro-ministro? Há perguntas por responder. O primeiro-ministro não enviou as contas da empresa. Não sabemos quem são os clientes, os serviços, os momentos. Todas essas perguntas devem ser respondidas. O que o primeiro-ministro diz é: 'Prefiro uma crise política e, se for preciso vou a eleições, mas não vamos responder ao país sobre as perguntas que o país faz.' Não podemos aceitar os termos deste debate", considerou.

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Primeiro, Luís Montenegro abriu a porta a uma moção de confiança. Depois, o PCP prometeu uma moção de censura. Entretanto... o PS garantiu chumbar as duas e o Governo entendeu com isso que o Parlamento confia no Executivo para "continuar a governar", descartando assim a moção de confiança. Confuso? Explicamos o filme de acontecimentos da noite.

Tomásia Sousa com Lusa | 10:16 - 02/03/2025

Recorde-se que, no sábado, durante a declaração ao país, Montenegro admitiu apresentar uma moção de confiança. Nas reações às suas palavras, tanto o Partido Socialista como o Chega anunciaram que, caso esta existisse, seria chumbada. Em entrevista à RTP3, o ministro do Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, explicou que, caso a moção de censura anunciada pelo Partido Comunista Português na mesma noite fosse rejeitada no Parlamento, "não [haveria] uma justificação" para o Governo apresentar uma moção de confiança.

Leia Também: Montenegro é "fator de desprestígio das instituições democráticas"

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