Adão e Silva discorda de CPI proposta por PS: "Não é bom caminho"

Pedro Adão e Silva considera que a "parajudicialização parlamentar não é um bom caminho" a seguir.

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Notícias ao Minuto
07/03/2025 09:08 ‧ há 3 dias por Notícias ao Minuto

Política

Adão e Silva

O ex-ministro da Cultura do Governo de António Costa, Pedro Adão e Silva, não concorda com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pelo PS para esclarecer a polémica em redor da Spinumviva, a empresa familiar do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que originou a crise política que o país atravessa.

 

"Essa parajudicialização parlamentar não é um bom caminho. Esta ideia de que tudo é um problema judicial. São problemas políticos e éticos e devemos ser capazes de fazer essa avaliação, independentemente de outras dimensões da avaliação", defendeu Adão e Silva, numa entrevista à SIC Notícias.

O ex-ministro não sabe se Montenegro violou a lei, mas não duvida que terá violado um "princípio político" que justifica a "queda do primeiro-ministro". Contudo, considera que bastava substituir o primeiro-ministro, evitando-se derrubar o Governo e levar o país novamente a eleições.

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"A inviabilidade política não tem a ver com a lei. Essa ideia de que a ética republicana se reduz à lei é algo de que discordo. Independentemente da judicialização e prolongamento da discussão há um facto verdadeiramente insólito: o primeiro-ministro tem uma empresa familiar, com a mulher e com os filhos, com sede na sua casa, que presta serviços a um conjunto de empresas enquanto Luís Montenegro é primeiro-ministro. Isto é uma coisa difícil de compreender", acrescentou o ex-ministro.

A moção de confiança que o Governo entregou ao Parlamento vai ser discutida e votada na terça-feira à tarde.

O Conselho de Ministros reuniu-se por via eletrónica na quinta-feira de manhã e aprovou o texto da moção de confiança entregue no parlamento e que, em caso da rejeição anunciada, implica a demissão do Governo.

Ainda na quinta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou fundamental que a incerteza política seja "reduzida ao mínimo" e que as eleições autárquicas e presidenciais decorram "em normalidade".

Leia Também: Montenegro só declarou empresa ao TC quando foi eleito primeiro-ministro

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