Líder do PAN admite que clima de crispação aumente abstenção nas eleições

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real admitiu hoje à Lusa, em Matosinhos, que o ambiente de crispação que marca a política nacional pode aumentar a abstenção nas eleições legislativas agendadas para 18 de maio.

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Lusa
16/03/2025 15:49 ‧ ontem por Lusa

Política

Legislativas

Inês Sousa Real falava à margem do "Musicão", iniciativa solidária criada pela Associação ComRaça - Equipa de Resgate Animal, para a angariação de fundos que permita prosseguir com a sua atividade.

 

Questionada se o seu partido poderia perder com o facto do ambiente de crispação poder dificultar o debate na campanha eleitoral, a líder do PAN concordou que o "episódio do qual o principal protagonista e responsável é o primeiro-ministro, Luís Montenegro, pode levar a que haja de facto uma maior abstenção do ato eleitoral".

Para Inês Sousa Real, existe o risco de que "as pessoas deixem de participar e de votar precisamente por sentirem algum descrédito e por haver uma degradação da confiança da população nos órgãos de soberania, seja no Governo, seja na Assembleia da República".

"Esperamos que no âmbito da campanha possa haver um debate sério em torno daquilo que são as preocupações das pessoas, o acesso à habitação, a insegurança que é sentida face ao contexto internacional, não só por causa da guerra, mas também com toda a postura que os Estados Unidos, sob a liderança de [Donald] Trump, têm tido face à Europa e as consequências económicas que isto pode ter para a vida das pessoas", disse a líder partidária.

Neste contexto, prosseguiu, "o país precisava de tudo, menos de ver-se a braços com um desafio político, com uma crise institucional que parte de facto de uma questão moral e mais do que até legal em torno do primeiro-ministro", permitindo, dessa forma, "estar focado nos grandes desafios".

Frisando ser o PAN "a única força política" que leva para a Assembleia da República a crise climática, a proteção ambiental e a proteção dos animais, a dirigente partidária enfatizou que tudo o que defendem "faz parte, também, da vida das pessoas".

"Os partidos não são todos iguais, os políticos não são todos iguais e este vai ser um ato derradeiro para que as pessoas possam restabelecer a confiança no sistema político porque o voto de insatisfação não deve ser manifestado através da abstenção e, menos ainda, em forças populistas que de forma oportunista usam aquilo que são as emoções de insatisfação das pessoas face àquilo que é a sua qualidade de vida", acrescentou.

Leia Também: Chega? "Grau zero da decência política. Temos dever de não nos calarmos"

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