"A Madeira deve apostar nestes alunos, porque os cursos profissionais não são inferiores aos outros do ensino superior. Precisamos de serralheiros, mecânicos e outras profissões", disse Paulo Ricardo Azevedo à agência Lusa numa ação de campanha para as eleições regionais do próximo domingo, junto à escola profissional que existe em São Martinho, no Funchal.
Segundo o candidato, "a Madeira não precisa só de doutores e engenheiros", devendo o Governo Regional também atribuir bolsas aos alunos dos cursos profissionais e apoiar as suas famílias, contribuindo para que não abandonem a região à procura de melhores condições de vida.
Paulo Ricardo Azevedo sustentou ser ainda necessário criar incentivos para que mais jovens abracem a carreira docente, "porque os professores são o pilar da democracia, são a base da educação em Portugal, não são só os pais".
"Esta profissão tem de ser bastante respeitada", sustentou, criticando a forma como são "tratados a nível nacional e também na região, onde a situação está um pouco abafada porque ainda se vive uma ditadura camuflada. Os professores têm medo de falar porque senão sofrem represálias", afirmou.
O candidato fez um apelo ao voto na Nova Direita, afirmando: "sei que é difícil dizer isto às famílias e aos alunos que estão cansados destas promessas, destas políticas. Mas nós somos um partido novo, com um ano de idade e com vontade de mudar".
O candidato referiu ainda que a equipa da Nova Direita é composta por gente nova, "cansada desta política regional, e tem vontade de realmente mudar, porque são pessoas que sentem na pele esta governação do PSD".
"Isto já nem é o PSD, nem o PS, o JPP muito menos, que tem um líder há 11 anos que parece que já é um cargo e uma herança e não larga aquilo por dinheiro nenhum. Tem de haver democracia também dentro dos próprios partidos", opinou.
Criticando sobretudo o Juntos Pelo Povo, perguntou: "será que o JPP não tem mais ninguém que o Élvio Sousa para dar a cara por aquele partido?".
"As pessoas vão dizendo que será o JPP que irá fazer a alternância disto [governo na região]. Não estou a ver", afirmou, apelando a que os eleitores confiem na Nova Direita, porque é um partido composto por pessoas que "têm vontade de mudar" e "sentem na pele" os problemas do dia a dia dos madeirenses e "estão constantemente revoltadas com (...) mentiras e promessas".
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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