"Continuamos a entender que os madeirenses vão confiar em nós e vão perceber que o verdadeiro voto útil, o voto que pode mudar a Madeira, é o voto na Iniciativa Liberal", disse, reiterando que o partido está disponível para apoiar um governo do PSD, mas sem Miguel Albuquerque, atual chefe do executivo social-democrata minoritário.
O cabeça de lista da IL, também líder regional do partido, falava aos jornalistas no âmbito de uma ação de campanha no centro do Funchal, que foi condicionada devido ao mau tempo que afeta a região.
"Continuamos a entender que somos a única alternativa para que exista um governo que não seja liderado pelo Dr. Miguel Albuquerque", sustentou.
Gonçalo Maia Camelo disse, por outro lado, que o resultado da sondagem divulgada hoje pelo matutino madeirense JM, que coloca o PSD à beira da maioria absoluta nas eleições antecipadas de domingo, é "muito difícil de compaginar" com as reações das pessoas na rua, que, segundo realçou, têm expressado vontade de mudança.
"Os madeirenses olham para a Iniciativa Liberal como um partido responsável, como um partido que não cria instabilidade de três em três meses e, portanto, é nessa medida que não estão a penalizar a Iniciativa Liberal em termos de intenção do voto", argumentou.
De acordo com a sondagem do JM, a IL mantém um deputado no parlamento regional.
"Com isso já contávamos", disse, acrescentado: "Por que é que havíamos de perder um deputado depois do bom trabalho que temos feito, quer a nível nacional, quer a nível regional?"
"Isso são os nossos serviços mínimos", reforçou.
Gonçalo Maia Camelo sublinhou estar convicto que a "trajetória de crescimento" da Iniciativa Liberal poderá conduzir mesmo à eleição de mais deputados e, por isso, apelou aos eleitores para, no domingo, confiarem no partido.
"Só com um reforço da nossa votação é que acreditamos que poderá haver uma mudança na Madeira no sentido da estabilidade", defendeu.
O cabeça de lista da IL reiterou que o partido está disponível para viabilizar um governo de centro-direita, inclusive do PSD, desde que não seja liderado por Miguel Albuquerque, mas também composto por outras forças.
"Nós não seremos uma força de bloqueio, porque, acima de tudo, entendemos que a Madeira precisa de estabilidade", disse.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega -- que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional minoritário do PSD, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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