De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, os sociais-democratas obtiveram 62.085 votos (43,43%) e 23 lugares (mais quatro) na Assembleia Legislativa Regional, constituída por um total de 47 deputados.
O PSD falhou por um mandato a maioria absoluta, mas Miguel Albuquerque não deverá ter dificuldade em estabelecer pontes com o CDS-PP -- com quem já governou e que nesta legislatura tinha um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas --, que perdeu um dos dois deputados, com 4.288 votos (3,00%).
O único deputado eleito pelo CDS-PP, José Manuel Rodrigues, disse que ainda não falou com o PSD sobre "coligações ou entendimentos", mas se os sociais-democratas o desejarem está pronto para se "sentar à mesa" com as suas propostas e "soluções para resolver os problemas das pessoas, das famílias e das empresas".
A Iniciativa Liberal (IL) conseguiu manter um deputado, com 3.097 votos (2,17 %), mas descarta qualquer colaboração com Albuquerque e junta-se assim ao Chega na "oposição" à direita ao reeleito presidente do Governo Regional da Madeira.
O cabeça de lista da IL às eleições regionais da Madeira, Gonçalo Maia Camelo, instou o PSD, que venceu o ato eleitoral, a encontrar uma solução estável de Governo, e rejeitou qualquer colaboração com um Governo liderado por Miguel Albuquerque.
"A nossa posição é conhecida por todos. Nós, com um Governo liderado pelo dr. Albuquerque, não estaremos disponíveis para colaborar. Serei uma oposição responsável, moderada. Criaremos todas as condições para que a Madeira tenha um Governo para quatro anos", insistiu após serem conhecidos os resultados.
Já o Chega, que no ano passado elegeu quatro deputados, mas viu uma eleita desvincular-se do partido de extrema-direita, obteve três mandatos, com 7.821 votos (5,47%).
O Juntos Pelo Povo (JPP), que passou neste domingo para segunda força política na Madeira, elegeu 11 deputados, mais dois do que no anterior sufrágio, com 30.094 votos (21,05%), enquanto o PS obteve oito deputados (menos três), com 15,64% (22.355 votos).
Em relação à atual composição, a assembleia passou de sete para seis forças políticas, uma vez que o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) não conseguiu reeleger a sua deputada única, com 2.322 votos (1,62%).
Mais de 255 mil eleitores foram este domingo chamados a votar nas legislativas regionais antecipadas da Madeira para escolher a nova composição do parlamento do arquipélago, com 14 candidaturas na corrida.
Estas foram as terceiras legislativas realizadas na Madeira em cerca de um ano e meio, tendo concorrido um círculo único as seguintes candidaturas CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As anteriores regionais realizaram-se em 26 de maio de 2024, tendo o PSD conseguido eleger 19 deputados, o PS 11, o JPP nove, o Chega quatro (mas, uma deputada tornou-se, entretanto, independente) e o CDS-PP dois. PAN e IL garantiram um assento cada.
A taxa de abstenção nas regionais da Madeira foi agora de 44,02%, inferior à de 46,60% registada nas eleições anteriores, segundo os resultados provisórios.
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