O antigo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, respondeu a Francisco Louçã, após o bloquista ter afirmado que o "Chega é filho da maioria absoluta" do Partido Socialista (PS), entre 2022 e 204, e ter acusado o governo de António Costa de ter sido um "desastre para Portugal".
Em causa está uma entrevista de Francisco Louçã ao Público, onde afirmou que "o Chega resulta da deslocação de votos do PSD, que é o que o alimentou ao longo do tempo", "bem como o fracasso da política".
"O Chega é filho da maioria absoluta de António Costa. Havia maioria absoluta há um ano e o Chega disparou porque o Governo da maioria absoluta foi um desastre para Portugal. Foi uma vergonha", atirou Louçã.
O antigo coordenador do BE frisou ainda que "o Bloco nunca falha", ao contrário do PS que "falhou muito nos últimos anos". "Falhou em 2019, falhou em 2022, falhou em 2024. Veremos agora", disse.
Numa publicação na rede social Facebook, Santos Silva destacou as declarações de Francisco Louçã e considerou apenas: "Vão por esse caminho, vão, que vão longe".
O socialista lembrou também que nas eleições legislativas da Madeira a "Direita obteve maioria absoluta" e o "PS caiu para 15% dos votos". Ainda assim, "será a força política mais à Esquerda na futura Assembleia".
Sublinhe-se que as declarações de Louça surgem dias após ter sido indicado para encabeçar a lista do BE pelo círculo eleitoral de Braga nas Legislativas antecipadas de maio.
Francisco Louçã, economista, 68 anos, regressa assim às listas do partido mais de uma década desde a última vez: em 2011, foi o escolhido para encabeçar a lista do partido nas legislativas por Lisboa, afastando-se da coordenação do partido no ano seguinte.
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