Excedente só é boa notícia para quem quer "apertar o Estado"

O secretário-geral do PCP considerou hoje que o excedente orçamental registado em 2024 só é boa notícia para quem acha que é "preciso apertar o Estado, os serviços públicos, os salários e as pensões".

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Lusa
26/03/2025 15:43 ‧ há 3 dias por Lusa

Política

PCP

Em declarações aos jornalistas durante uma visita à Futurália, em Lisboa, Paulo Raimundo foi questionado sobre o facto de Portugal ter fechado 2024 com um excedente orçamental de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), tendo respondido com ironia.

 

"Eu vinha ali na Ponte Vasco da Gama e vinham filas de pessoas a festejar esse acontecimento. Eram bandeiras fora...", ironizou, salientando que há duas maneiras de olhar para o excedente orçamental.

Para aqueles, prosseguiu, "que acham que é preciso apertar o Estado, apertar os serviços públicos, os salários e as pensões", o excedente "é um dia de festa, uma alegria imensa".

"Aqueles que acham que esses 0,7% de excedente deviam estar nos salários e nas pensões, para as creches, hospitais e médicos em falta, acham que é um dia triste. Eu estou na parte do dia triste e não do dia contente", disse.

O secretário-geral do PCP foi ainda questionado sobre o facto de a Aliança Democrática (AD) pretender que o líder do CDS, Nuno Melo, participe nos debates televisivos contra o BE, Livre e PAN, em vez do primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro.

Na resposta, Paulo Raimundo salientou que, na campanha para as últimas legislativas, em 2024, Luís Montenegro também tinha inicialmente recusado debater com o secretário-geral do PCP.

"Depois não foi isso que aconteceu, como sabem. Teve de enrolar a corda e debatemos. Foi um debate interessante e bom, tal e qual como vai ser este: um debate duro, certamente, duro e bom", disse.

Interrogado, contudo, se lhe parece aceitável que seja Nuno Melo a debater com alguns partidos, Paulo Raimundo disse não estar a ver "razões fundamentais" para se alterar o modelo que vigorou em 2024, no qual Luís Montenegro debateu contra todos os partidos.

"Sinceramente, não estou a ver razões de fundo que façam alterar o critério de há um ano atrás", disse.

Muito requisitado durante a sua visita à Futurália por jovens, que o cumprimentaram e lhe pediram para tirar várias fotografias, foi questionado se acha que isso pode ser um bom indício para as eleições legislativas de 18 de maio.

"Não faço ideia. Nós precisamos de ganhar força para responder aos problemas, também aos problemas da juventude. E, para nós ganharmos mais força, é preciso que a juventude também dê força à sua força", sustentou.

Num dos contactos com um grupo de jovens, Paulo Raimundo recebeu uma t-shirt com a mensagem "Defender a paz, defender Abril"" e uma imagem de uma pomba branca com um cravo no bico.

Questionado sobre essa oferta, o secretário-geral do PCP disse que foi "calhou mesmo bem" tê-la recebido numa feira relacionada com a juventude, porque considera que os jovens devem ter condições para continuar a estudar e não para servirem "como carne para canhão para uma guerra ao serviço dos lucros do complexo industrial militar".

"É isso que se está a passar. E, portanto, nós, com esta firmeza e coragem toda, não abdicamos, não damos um passo atrás na defesa da paz e no futuro destes jovens", disse.

Paulo Raimundo disse conhecer as preocupações da juventude portuguesa, designadamente "as dificuldade de continuar a estudar tendo em conta os custos, muitas vezes insuportáveis", assim como a dificuldade no acesso ao trabalho ou "a precariedade laboral".

"Portanto, quem não está preocupado, está desatento com o que se está a passar. Mas, [para lá destes problemas], os jovens têm agilidade, força e é possível tomarem nas mãos o destino das suas vidas", afirmou.

Leia Também: "Percebo que possam ter receio de debater comigo", atira Nuno Melo

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