Elisa Ferreira participou esta tarde na sessão sobre economia, presidida pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, que o partido promoveu no âmbito dos debates que está fazer para atualizar o programa eleitoral que vai apresentar às próximas eleições legislativas.
"A política de coesão tem sido um fator fundamental para o país, interessa protegê-la, interessa que ela não se perca, mas também, provavelmente, utilizá-la de uma forma mais inteligente, dadas as circunstâncias atuais e a tensão e pressão que existe neste momento", avisou, em declarações aos jornalistas no final.
A antiga comissária europeia considerou que é preciso proteger os fundos estruturais já que "há muitas exigências" ao nível do pagamento da dívida do PRR, da defesa e da necessidade da Europa ser mais competitiva nas novas tecnologias.
"Há que discutir de uma forma muito abrangente como é que Portugal pode continuar a ser um bom utilizador de todas as oportunidades que a Europa nos abre, influenciando também a agenda europeia", apontou.
Elisa Ferreira afirmou que "o orçamento europeu é muito exíguo, muito pequeno" e que "um terço vai para a política de coesão, um terço vai para a política agrícola e um terço para tudo o resto que a União Europeia faz".
"Com tantas solicitações sobre esse orçamento é importante que alguns destes vetores sejam, de facto, protegidos", justificou.
Questionada sobre se a sua presença na elaboração do Manifesto Legislativas 2025 significava uma eventual disponível para integrar listas ou, em caso de o PS formar Governo, ser ministra, Elisa Ferreira respondeu: "não quer dizer nada".
"Isto quer apenas dizer que eu, com a experiência que tenho e com as oportunidades que tive na vida, e agradeço sempre a Portugal e, em particular, ao Partido Socialista que me abriu esses espaços, tenho obrigação de estar disponível para contribuir com a experiência que fui adquirindo na construção de um país mais sólido", disse.
Perante a insistência dos jornalistas, a socialista disse que neste momento a discussão é apenas sobre "construir uma visão para o país que seja lógica, sustentável e, para isso, todas as contribuições são importantes".
Para a antiga vice-governadora do Banco de Portugal é importante que países como Portugal "tirem o máximo partido" desses fundos e que os utilizem "de uma forma muito exigente, muito estratégica".
Sobre a questão da guerra, Elisa Ferreira referiu que esta é diferente da do passado e "faz-se via digital, via satélite", com muita investigação e muito desenvolvimento.
"Portugal terá, naturalmente, capacidade, com os recursos humanos que tem, as instituições que tem, de tirar proveito próprio de uma contribuição sincera para que a Europa seja capaz de se defender melhor", considerou, defendendo que se prepare também o futuro alargamento à Ucrânia.
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