Pedro Nuno Santos começou a manhã no Mercado de Benfica e, acompanhado pela cabeça de lista por Lisboa, Mariana Vieira da Silva, e pela candidata do PS à Câmara de Lisboa, apresentou a a comerciantes e compradores com quem se cruzou a medida do programa eleitoral que defende o IVA zero permanente num cabaz de bens alimentares, tal como foi implementado temporariamente pelo Governo de António Costa devido à inflação.
"Houve quem tivesse chegado a expressar dúvidas, mas depois a aplicação do IVA zero mostrou que teve sucessos, que houve uma redução efetiva dos preços e é exatamente isso que vai acontecer desta vez, agora de forma permanente e não apenas temporária", defendeu.
Segundo o líder do PS, quando o IVA zero no cabaz alimentar deixou de existir "os preços voltaram a subir".
"É muito importante que nós, com a margem orçamental que o Estado tem disponível, façamos o que está ao nosso alcance para baixar o custo de vida das nossas famílias", defendeu.
Para Pedro Nuno Santos, esta medida permite distinguir "as prioridades para o PS, que são as pessoas, as famílias, os trabalhadores, os pensionistas", das prioridades do PSD, que diz ser "a minoria de empresas em Portugal que paga a maior parte do IRC".
Se vier a formar governo, o secretário-geral socialista criará uma estrutura para acompanhar a prometida redução do IVA e para assegurar que "o IVA zero se repercute no orçamento das famílias".
Questionado sobre se a sua visita ao Mercado de Benfica é uma resposta à ida do Governo, a semana passada, ao Mercado do Bolhão, no Porto, Pedro Nuno Santos procurou demonstrar as diferenças entre as duas iniciativas.
"A diferença para o mercado do Bolhão é que o Governo estava em funções, estava a reunir um Conselho de Ministros, pago pelo dinheiro público, a fazer trabalho que devia ser de Governo e que foi transformado numa ação de campanha", criticou.
Ainda no rescaldo do debate da véspera com a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, que marcou a sua estreia nos frente a frente televisivos no âmbito da pré-campanha para legislativas de maio, o líder do PS foi questionado sobre se rejeitava um novo entendimento pós-eleitoral.
"Não estamos a pensar em cenários, nem vamos antecipar qualquer tipo de cenário, vamos estar apenas a trabalhar no cenário de vitória, que é o único cenário que nos interessa trabalhar e no qual nós vamos estar concentrados ao longo das próximas semanas", reiterou.
Pedro Nuno Santos recordou que, nas eleições de há um ano, "o Presidente da República pediu ao partido mais votado para formar governo e na realidade já tinha sido assim em 2015".
"Desta vez acontecerá o mesmo, o que significa que o Partido Socialista tem de ganhar as eleições e é só nisso que nós estamos concentrados", repetiu.
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