"É possível fazer as coisas de outra forma, é possível ter impostos mais justos, e é possível ter impostos que financiam os serviços públicos de outra forma. E esta discussão é muito mais importante para o país do que a discussão das décimas do défice, porque as décimas do défice são conseguidas com medidas completamente diferentes. E isso parece-me que é o mais importante", sustentou Mariana Mortágua.
A bloquista falava aos jornalistas na sede nacional do partido, em Lisboa, altura em que foi questionada sobre o facto de o Conselho das Finanças Públicas (CFP) prever um saldo orçamental nulo para este ano e um regresso aos défices em 2026, devido a medidas de aumento da despesa pública, num cenário em políticas invariantes.
Mariana Mortágua acusou o Governo PSD/CDS-PP e o PS, através da abstenção no Orçamento do Estado para este ano, de terem abdicado "de receitas essenciais para o Estado português, de uma forma leviana e irresponsável", nomeadamente na baixa do IRC e na aplicação do atual modelo de IRS Jovem.
"A par disso, tendo em conta tudo o que está a acontecer no mundo, tendo em conta toda a instabilidade, tendo em conta as desigualdades, a crise da habitação, a instabilidade causada pelas tarifas do rei tirano Trump, acharmos que o centro do nosso debate deve ser a décima do défice, parece-me muito ao lado das preocupações e das prioridades que devemos ter neste momento", argumentou.
Sobre as tarifas impostas pela administração norte-americana de Donald Trump, suspensas por 90 dias a mais de 75 países à exceção da China, Mariana Mortágua considerou que ou "é um modelo incompetente, irresponsável e que só tem como propósito efeitos políticos e ganhos políticos", ou "estamos perante uma manobra de manipulação de mercado".
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