A AD-Coligação PSD/CDS apresentou, na sexta-feira, o seu programa eleitoral para as Legislativas de 18 de maio, no Centro de Congresso de Lisboa.
A coligação 'desenhou' vários planos para a próxima ida às urnas, e, segundo o sumário executivo a que a Lusa teve acesso, o programa guarda medidas que vão desde salários mais altos até a descida do IRC e do IRS.
Após a apresentação do programa eleitoral, feita pelo presidente do PSD, Luís Montenegro, as reações da oposição não tardaram a aparecer.
"Não é sério, nem credível"
"O programa da AD choca com a realidade. Desde logo com a realidade que nos dão as instituições nacionais e internacionais. E choca com o bom senso dos portugueses que adotaram e apreciam as contas certas", disse o deputado e dirigente do PS António Mendonça Mendes, numa primeira reação ao programa eleitoral da AD que foi esta tarde apresentado por Luís Montenegro.
Segundo António Mendonça Mendes, "ao contrário do PS, a AD promete um crescimento económico que ninguém antecipa" e diz "uma coisa em Portugal e outra coisa em Bruxelas".
"É um programa que não é sério, que não é credível, que não pode ser levado a sério. Nós precisamos de líderes que nos ofereçam segurança e que nos ofereçam credibilidade", acusou o socialista.
Programa eleitoral da AD? "É um embuste"
O líder do PS, Pedro Nuno Santos, classificou este sábado o programa eleitoral da AD como "um embuste" e "uma fantasia", considerando que a coligação PSD/CDS nunca conseguiria cumprir o que agora promete.
"O programa da AD é mais um elemento daquilo que é um padrão de Luís Montenegro: enganar os portugueses. O programa que o PSD apresentou é um embuste, não corresponde à realidade, é falso, não permite cumprir aquilo que eles querem prometer aos portugueses", referiu.
"O T2 em Lisboa continua a custar 1.200 euros. E esta é a razão da instabilidade"
Interrogada pelos jornalistas sobre o facto de Luís Montenegro ter afirmado que "as eleições são uma oportunidade de restabelecer a estabilidade que Portugal precisa", Mariana Mortágua salientou que o argumento da estabilidade tem sido invocado "tanto por PSD como pelo PS numa disputa para ver quem é que fica primeiro" nas legislativas de 18 de maio.
A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu que “ficar à frente por si só não é uma garantia de estabilidade", exemplificando que tanto governos socialistas como sociais-democratas caíram antes do tempo previsto.
Mas, para Mortágua, "há uma questão mais grave e substantiva" que pode ser colocada.
"Luís Montenegro apresenta no seu programa um salário mínimo nacional que, aliás, é muito parecido ao do Partido Socialista, que aponta para o final da legislatura 1.100 euros de salário mínimo nacional. O T2 em Lisboa continua a custar 1.200. E esta é a razão da instabilidade", disse.
Uma ideia também partilhada pela eurodeputada do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que criticou Luís Montenegro por não ter "nenhuma medida para baixar os preços da habitação".
"Insiste em mecanismos fiscais que ficou provado, nos últimos tempos, que servem para aumentar e não para descer o preço da habitação e, depois, sobre os salários é continuar a achar normal que sejam mais baixos do que uma casa. E este é o grande problema”, disse.
Rui Rocha afirma que "a habitação é um bem essencial e não faz sentido tributá-lo como um iate"
Sobre o programa eleitoral da AD - Coligação PSD/CDS, Rui Rocha afirmou: "Parece ser menos ambicioso para o IRS, parece ser menos ambicioso, por exemplo, numa medida para a habitação que a Iniciativa Liberal tem que é a descida do IVA da construção porque vivemos uma crise".
"A habitação é um bem essencial e não faz sentido tributá-lo como um iate, como um bem de luxo. E aí temos uma medida concreta, mais ambiciosa. Parece-me que também aí a AD fica bastante aquém daquilo que é a ambição da Iniciativa Liberal", salientou Rui Rocha em declarações à SIC Notícias.
Programa é "reciclagem de medidas", diz porta-voz do PAN
A porta-voz do PAN disse este sábado que o programa eleitoral da AD - Coligação PSD/CDS é uma "reciclagem de medidas" e que "não traz nada de diferente", acusando o atual executivo de ser um "Governo de propaganda".
"Uma vez mais não nos traz nada de diferente em relação àquilo que tem sido a governação deste ano, com exceção que do ponto de vista da propaganda e da reciclagem de medidas, e basta ver até agora a resposta que foi dada às tarifas dos Estados Unidos, que é uma reciclagem do programa Economia", afirmou Inês Sousa Real, no Porto, em declarações à Lusa.
[Notícia atualizada às 15h11]
Leia Também: Principais compromissos do programa eleitoral da AD (em dez áreas)