A líder centristas comentou o acordo alcançado, no sábado, entre estivadores e operadores, considerando que "mostra mais uma vez como o Partido Comunista e os Sindicatos impõem soluções ao Governo" socialista liderado por António Costa.
Cristas salientou o Governo por ter resistido a revogar a lei do trabalho portuário, e adiantou que "foi mau perceber-se que, ao mesmo tempo, a moeda de troca foi dizer que os estivadores mandam em quem entra ou quem não entra no setor".
A presidente do CDS comparou o que se está a passar ao condicionamento industrial imposto pelo antigo regime, a ditadura, em Portugal, que considerou de "má memória, um embaraço e uma limitação forte à capacidade de criar e de progredir".
"Pois aquilo que vemos, neste momento, é o Porto de Lisboa prisioneiro de um condicionamento dos estivadores", reiterou, apontando que "são eles que decidem quem entra e quem não entra, são eles que impedem a concorrência por parte de outras empresas, são eles que no fundo querem manter os privilégios de alguns, poucos, e de quando em vez, permitirá a abertura a outros".
Para Assunção Cristas tal é "lamentável, negativo, não traz prosperidade, não traz segurança e não traz crescimento económico ao país".
A grande interrogação que coloca a este acordo "é saber por quanto tempo vai valer, se nos ditos 15 dias há de facto um progresso e se há estabilidade neste setor".
Assunção Cristas lembrou que há outras greves que não foram desconvocadas, e "as centrais sindicais a dizer que nem tudo ainda está ganho".
"Desejo que, sendo um mau acordo, na nossa perspetiva, apesar de tudo possa valer com alguma estabilidade porque para mim o grande ponto de interrogação é saber se de hoje para amanhã não estamos exatamente na mesma", observou.
Para a líder centrista trata-se do "exemplo de um Governo refém e prisioneiro das esquerdas radicais e também o exemplo" do que se vê "em muitos outros domínios".
Cristas reiterou que faz uma avaliação negativa dos seis meses de Governo socialista em vários setores, nomeadamente da Agricultura com críticas ao ministro Capoulas do Santos por falta de verbas para os agricultores.
O setor foi realçado no discurso de Assunção Cristas num almoço com militantes, em Macedo de Cavaleiros, no Distrito de Bragança, em que testemunhou a adesão, nesta região, ao partido que lidera de novos militantes, incluindo oriundos de outros partidos.