Joaquim Jorge escreve hoje uma crónica sobre a reforma da Segurança Social, tema trazido à liça pelo PSD e que recebe a aprovação do fundador do Clube dos Pensadores. Porém, defende que há algo importante a ter em conta: deve ser proibido “com efeitos imediatos, todo o tipo de benesses em forma de pensão ou subvenção vitalícia a políticos, dirigentes políticos, entre outros, antes dos 65 anos”.
“O lema seria uma pessoa - uma pensão. Mas o que acontece, é uma pessoa - uma pensão, porventura uma subvenção vitalícia e um emprego”, escreve Joaquim Jorge, lembrando ainda que “quem se reformou até 2005 teve um cálculo de pensão muito favorável, mas quem se reformou depois de 2005, foi sempre a perder direitos”.
Deve acabar-se com estas diferenciações, sublinha, referindo ainda que “Portugal precisa de exemplos. Esse exemplo deve vir de quem faz as leis: governo e deputados”.
Joaquim Jorge indica que é necessário “aproveitar-se o momento para estabelecer regras limpas e de equidade”, e que cada processo deve ser analisado em separado para “distribuir o mal pelas aldeias”.
“A democracia deve consubstanciar elites pensantes, não elites com os bolsos cheios ou chico-espertos ou aproveitadores de leis enviesadas”, considera, salientando que é contra quem “usufrui de uma pensão choruda, por um cargo exercido nos últimos anos e não pela sua efetiva contribuição para a Segurança Social ou Caixa de Aposentações”.
Por tudo isto, frisa ser errado “o princípio da não retroatividade, isto é o que está para trás [de 2005] não se mexe" e considera que “a verdadeira reforma da Segurança Social é o recálculo das pensões mais antigas que não fizeram descontos correspondentes, e não, aumentar unicamente a taxa de sustentabilidade e a idade de reforma".