PCP não tem visão "tabu" contra aumento de impostos

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que o partido não tem uma visão "tabu" contra o aumento de impostos, considerando que eventuais medidas nesse sentido devem incidir sobre "quem mais pode".

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Lusa
09/09/2016 18:08 ‧ 09/09/2016 por Lusa

Política

Jerónimo de Sousa

"A nossa proposta, por exemplo, é de que cerca de 1% daqueles que mais têm e mais podem, em benefício de 99%, pagassem mais impostos", disse Jerónimo de Sousa, face à possibilidade de a carga fiscal aumentar com a eventual alteração dos escalões do IRS no Orçamento do Estado para 2017.

O dirigente comunista, que falava aos jornalistas à margem de uma visita às zonas do Funchal afetadas pelos incêndios de agosto, sublinhou que "não viria mal ao mundo" se os impostos aumentassem para os grandes grupos económicos e financeiros.

"Nós pensamos que [o Orçamento do Estado para 2017] é o momento para conseguir alguma justiça fiscal, aliviando rendimentos dos trabalhadores, dos reformados, dos pequenos e médios empresários, da maioria dos portugueses, mas não temos dos impostos uma conceção tabu de não aumentar", vincou.

Jerónimo de Sousa disse, por outro lado, que o Código de Conduta dos membros governo, aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros, constitui um "passo clarificador" e configura uma "medida didática", mas realçou que "esse problema não se resolve em lei".

O Código de Conduta, que fixa em 150 euros o valor máximo de prendas que os membros do governo podem aceitar, foi criado pelo executivo de António Costa na sequência do caso das viagens pagas pela Galp a três secretários de Estado, que se deslocaram a França para assistir a jogos do Euro2016.

"É importante, mais do que uma lei, a conduta própria de cada instituição, de cada membro do governo", disse Jerónimo de Sousa, sublinhando que é fundamental "não deixar sobrepor o poder económico sobre o poder político".

O secretário-geral do PCP realçou, ainda, que cada governante deve assumir as suas responsabilidades perante o povo português ao nível da conduta política, pessoal e social.

"É um código, não vem mal ao mundo. Pode ser, e será, uma medida didática, mas claramente isso depende muitas vezes de cada um", disse.

 

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