Dados revelados hoje pelo INE mostraram um crescimento que contrariou todas as previsões de analistas e instituições europeias. O PIB português cresceu 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado, uma aceleração de 0,7 pontos percentuais em relação ao registado nos dois primeiros trimestres de 2016.
Estes números são, para Augusto Santos Silva, “muito bons”, especialmente se for considerado que “a economia portuguesa foi a que mais cresceu na zona euro nesse trimestre [o terceiro]”. Além disso mostram que “vamos [Portugal] ficar no fim do ano acima dos 0,9% que a Comissão Europeia (CE) previu”.
“E estou certo que a CE repensará as suas previsões porque, no caso da previsão do crescimento português, falhou”, acrescentou ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, em declarações à RTP.
Os dados do INE, considerou, “são indicativos da tendência de melhoria da situação económica em Portugal”, que se consolidou graças ao aumentos das exportações e da procura interna.
“Nas exportações o crescimento faz-se quer nos serviços quer nos bens. As exportações crescem mais que as importações e, portanto, a balança comercial melhora, e isto significa que Portugal está a crescer pelo lado certo”, sustentou.
Sobre o alerta do Conselho de Finanças Públicas, que disse que o Orçamento do Estado para 2017 fica aquém das expectativas e que faltam medidas de estimulo à economia, o governante lembra que “a Comissão Europeia previu, na semana passada, um défice em 2017 de 2,2%, o Conselho de Finanças Públicas hoje diz que o défice orçamental de Portugal em 2017 será de 1,9%” e que, por isso, aquilo que tem a dizer “é notar que qualquer uma destas previsões coloca o défice orçamental português bem abaixo dos 3%, e esse é o valor limite do critérios” das instituições Europeias sobre o caso português.
Por fim, o ministro reafirmou ser “evidente que Portugal vai sair do procedimento por défice excessivo, vai continuar a trajetória de consolidação orçamental em 2017, e que isso se faz com plena normalidade democrática, devolvendo rendimentos às pessoas e incentivando o crescimento da economia portuguesa”.