A líder do CDS, Assunção Cristas, decidiu marcar o debate quinzenal na Assembleia da República com uma referência à quadra festiva e levou três presentes para entregar ao primeiro-ministro, uma vez que António Costa “não consegue desmentir que a economia não está como tinha prometido, que o investimento público é uma vergonha, que os serviços públicos estão desgraçadamente com uma fraquíssima qualidade, que o amor ao SNS já era e o que temos é mais dívida e mais impostos”.
E que presentes ofereceu Cristas a Costa? Um par de óculos por achar que o “primeiro-ministro às vezes vê as coisas desfocadas, precisava de ver melhor”, um “soro da verdade” para “olhar bem para a avaliação objetiva das políticas do anterior governo” e “um pacote das propostas que o CDS apresentou este ano em temas diversos” para servir de “leitura inspiradora”.
Tudo bem embrulhado numa caixa verde com tampa vermelha e laço dourado que foi, realmente, entregue ao primeiro-ministro numa nota bem-humorada.
Numa nota menos humorística teve a proposta apresentada pelo Governo na Concentração Social sobre a redução da TSU em 1% para os patrões. Não caiu bem ao Bloco de Esquerda (BE), PCP e PEV que alegaram violação dos acordos entre partidos.
A deputada Heloísa Apolónia indicou que o PS está "com um sério problema", porque na posição conjunta que assinou com o PS assumiu o compromisso de que não haveria lugar a qualquer redução da TSU para as empresas. "Vou pedir-lhe que quando sair deste debate se vá fixar na redação da posição conjunta assinada entre Verdes e o PS para que depois possamos continuar a conversar", afirmou.
A mesma posição assumiu Catarina Martins, coordenadora do Bloco, que disse que essa redução é um "desconto" oferecido pelo Governo nas negociações do salário mínimo e do seu aumento para 2017, uma opinião também partilhada por Jerónimo de Sousa (PCP).
Este último debate quinzenal do ano também assistiu a duas decisões. O chumbo projeto de resolução apresentado pelo CDS-PP que pedia a consagração do Dia dos Irmãos a 31 de maio e a aprovação, por unanimidade, do novo estatuto jurídico dos animais, autonomizados face a pessoas e coisas.