Vital Moreira debruçou-se, no blog Causa Nossa, sobre o dossier Novo Banco, defendendo que a nacionalização do antigo BES "seria a pior opção" para arrumar a questão.
Sublinhando que "entende bem" que o Governo mantenha em aberto a hipótese de nacionalização do Novo Banco (com o propósito de aumentar o seu poder negocial face aos candidatos à privatização), Vital Moreira vê numa possível nacionalização quatro razões que mostram que esta pode ser nefasta para o país.
Primeiro, "por a nacionalização não estar equacionada nas hipóteses negociadas com o BCE aquando da resolução do BES e exigir, portanto, uma nova negociação de resultado incerto e de duração indefinida", explica o jurista, sublinhando que isso manteria "a atual incerteza e instabilidade sobre o futuro do banco de transição".
Depois, porque nacionalizar "envolveria um significativo encargo financeiro do Estado, pois além do valor da nacionalização teria de desembolsar a necessária recapitalização do Banco, sobrecarregando o endividamento público, quando os juros da dívida pública não mostram sinais de alívio". Muito antes pelo contrário, frisa.
A terceira razão mencionada por Vital Moreira prende-se com o facto de mesmo temporária, a nacionalização "envolver riscos não despiciendos para o Estado na gestão do NB e implicar o adiamento da necessária e definitiva superação dos efeitos da crise financeira no sistema financeiro nacional".
Por último, explica Vital, porque "a entrada do NB na esfera pública iria duplicar os problemas que o Estado já tem com a CGD, incluindo a questão da sua governação".