Parlamento debateu Ucrânia e se comunismo foi pior do que o nazismo
O Parlamento envolveu-se hoje num debate sobre a grande fome na Ucrânia, há 85 anos, sob regime comunista, e em que chegou a discutir-se se o comunismo foi pior do que o nazismo.
© Reuters
Política AR
O PSD apresentou um voto para condenar o Holodomor ou a Grande Fome de 1932 e 1933 na Ucrânia, um "genocídio" causado "pelo regime comunista totalitário de Estaline, que terá causado a morte a cerca de sete milhões de cidadãos ucranianos".
No texto, os sociais-democratas condenam "todas as formas de totalitarismo e todo o tipo de violações e crimes contra a humanidade, como aqueles que ocorreram na década de trinta na Ucrânia".
O voto apresentado pelo PS era, nas palavras do líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, "mais moderado", e prestava "homenagem às vítimas da Grande Fome", extensível "aos sobreviventes e às suas famílias".
Na sua intervenção, o deputado socialista Eurico Brilhante Dias recusou "pôr no mesmo caldeirão" o nazismo e o comunismo, afirmando não serem comparáveis.
Mas no debate, o deputado Telmo Correia, do CDS, tinha, de facto, comparado nazismo e comunismo, para concluir que o "comunismo matou mais do que o nazismo alguma vez matou".
O PCP votou contra os dois votos, do PSD e do PS, mas, no debate, o deputado António Filipe apenas criticou os sociais-democratas.
Filipe acusou o PSD de ter apresentado este voto "subserviente" às autoridades da Ucrânia, duas semanas depois de o Parlamento, por proposta dos comunistas, ter feito aprovar um voto em que se condenava a ilegalização do partido comunista.
Além disso, acusou também os sociais-democratas de utilizarem argumentos de forças da extrema-direita quanto à Grande Fome, lembrando que o fenómeno atingiu igualmente outras partes da Rússia e até da Polónia.
Os textos dos dois votos foram aprovados, mas com votações diferentes.
O voto dos sociais-democratas foi aprovado pelo PSD, CDS, deputado do PAN e Brilhante Dias, que pertence à Associação de Amizade Portugal Ucrânia, os votos contra do PCP, BE, PEV e a abstenção do PS. Três deputados do PS -- Isabel Moreira, Isabel Santos e Paulo Pisco - votaram ao lado de comunistas, bloquistas e verdes.
O voto dos socialistas também foi aprovado, mas com os votos do PS, do CDS, PAN e Bloco, o voto contra do PCP e PEV. O PSD absteve-se.
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