Estas posições foram transmitidas hoje à agência Lusa por Maria Antónia Almeida Santos e pelo líder da Juventude Socialista (JS), Ivan Gonçalves, depois de a Comissão Nacional do PS, em reunião realizada no sábado, no Porto, ter aprovado um conjunto de moções setoriais em defesa da possibilidade de recurso à morte assistida, bem como a favor da regulamentação da prostituição e da regulação e legalização das drogas leves.
"A moção 'Eutanásia - um debate sobre a vida', do qual sou subscritora, foi aprovada em Comissão Nacional do PS por esmagadora maioria e provou-se ainda que o partido não estava assim tão alheado deste debate. Mesmo havendo liberdade de voto dentro do Grupo Parlamentar do PS, temos agora novas condições políticas internas para avançar", declarou Maria Antónia Almeida Santos, que faz parte da Comissão Permanente deste partido.
Na Assembleia da República, o PAN (Pessoas Animais e Natureza) tem já uma iniciativa legislativa sobre eutanásia e, em breve, espera-se que o Bloco de Esquerda também apresente um projeto sobre o tema.
Já o líder da JS, Ivan Gonçalves, congratulou-se por a Comissão Nacional do PS aprovar "bandeiras" da sua organização de juventude em matérias como as drogas leves, a regulamentação da prostituição ou a fixação de limites para diferenças salariais dentro da mesma empresa (por exemplo, um administrador não poderá ganhar 20 vezes mais do que o trabalhador com o salário mais baixo).
"Sei que a decisão da Comissão Nacional do PS é sobretudo simbólica em relação a estas matérias, não esperamos a aprovação de alterações legislativas a curto prazo, mas sabemos agora que estas questões vão fazer o seu caminho. A partir de agora, queremos que o partido coloque estes temas no seu debate interno e consensualize em detalhe posições para que seja possível avançar a médio prazo na Assembleia da República", declarou Ivan Gonçalves, que, recentemente, sucedeu ao deputado João Torres na liderança da JS.
Tal como o documento sobre eutanásia, as moções intituladas "Regulamentar a prostituição - uma questão de dignidade" e "Legalização e regulação do mercado das drogas leves em Portugal" foram aprovadas no órgão máximo dos socialistas entre congressos.
No caso das drogas leves, porém, a JS aceitou retirar um ponto que referia que o PS deveria "promover a apresentação de iniciativas que visem, nomeadamente, a legalização do consumo e produção da canábis em Portugal".