Num comentário à entrevista do primeiro-ministro, hoje de manhã, à Rádio Renascença, o deputado do PSD António Leitão Amaro insistiu ser necessário saber os custos da revisão das condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução, dez dias antes da venda do banco.
"É um sacrifício enorme imposto aos contribuintes por decisão do Governo, a benefício dos bancos", disse Leitão Amaro aos jornalistas, na Assembleia da República, afirmando que, com a entrevista, "agravou as dúvidas se não mesmo as suspeitas sobre a venda" do Novo Banco.
O parlamentar social-democrata deixou três perguntas para as quais quer respostas do executivo de António Costa, que hoje, à RR, afirmou que o comprador fez a exigência ao Estado para ficar com 25% do capital do banco.
Leitão Amaro quer saber porque não foi vendida a totalidade do banco, o motivo da imposição, "à força, de perdas aos obrigacionistas, incluindo os do retalho".
Por fim, afirmou, subsiste "uma falta grave de esclarecimento sobre os termos e os custos para os contribuintes quer da garantia de 3.900 milhões à Lone Star quer sobre o perdão parcial de várias centenas de milhões de euros que o governo deu dias antes aos bancos".
Daí que o PSD tenha anunciado na segunda-feira, e hoje repetiu, ter pedido à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) que calcule os custos da revisão das condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução, dez dias antes do anúncio da venda do Novo Banco.
O deputado social-democrata sublinhou ainda que "ficou uma dúvida séria e grave" por que motivo a Lone Star pediu e o Governo aceitou que o Estado tivesse ficado com 25% do capital, e questinou se essa "presença credibilizadora implica mais apoios e mais custos".
"Fica essa duvida séria e grave", sublinhou.
A 21 de março, o Ministério das Finanças anunciou que as condições do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução foram revistas e o prazo de pagamento dos reembolsos alargado para dezembro de 2046, relativos à injeção de 3.900 milhões de euros pelo Tesouro para a resolução do BES e capitalização do Novo Banco em agosto de 2014 e de 489 milhões de euros na intervenção no Banif, dos quais 136 milhões de euros já foram reembolsados.
A venda do Novo Banco foi confirmada na sexta-feira pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.