"A ministra devia demitir-se já", diz Paulo Rangel

"O Governo e o primeiro-ministro, com esta atitude de passa-culpas e de fugir à responsabilidade política, não fazem nada de novo", acusa Paulo Rangel.

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Goreti Pera
28/06/2017 19:15 ‧ 28/06/2017 por Goreti Pera

Política

Pedrógão Grande

Paulo Rangel é da opinião de que a ministra da Administração Interna deveria demitir-se no seguimento do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande e que levou à morte de 64 pessoas. Constança Urbano de Sousa reiterou esta tarde que “seria muito mais fácil” demitir-se, mas que se mantém no cargo, mesmo após aquele que foi o “dia mais difícil” da sua vida.

“O Governo falhou ao optar por esta atuação errática e avulsa de fazer perguntas parcelares, de o primeiro-ministro fazer exigências à ministra e de esta fazer interrogatórios a organismos sob sua tutela e hierarquia. O Governo quer desdobrar a investigação para evitar uma responsabilização global de natureza política. Ainda nem um pedido de desculpas ocorreu!”, escreveu, esta tarde, Paulo Rangel na sua página no Facebook.

“Como é possível que um Governo não instaure desde o primeiro minuto um inquérito global e independente? Como é possível não ter logo anunciado e posto no terreno um inquérito global?Como pode a ministra manter-se em funções, quando todas as instituições sob sua tutela estão debaixo de suspeita?”, questionou o social-democrata.

No entender do eurodeputado, “a ministra, justamente para assegurar um inquérito independente e sem pressão política para a sua manutenção, devia demitir-se já”. “Se não se deixou mover por esse sentido de dignidade institucional no momento adequado – assim que os fogos estavam extintos – ao menos que não contribua para manchar a investigação a que todos, em especial as vítimas,temos direito”, apelou.

Para o social-democrata, “o Governo e o primeiro-ministro, com esta atitude de passa-culpas e de fugir à responsabilidade política, não fazem nada de novo”.

“A Inspeção-Geral da Administração Interna vai fazer um inquérito ou uma auditoria à Secretaria-Geral da Administração Interna? Mas será que ninguém tem a noção de que a secretaria-geral está na dependência direta da ministra, é o órgão central do ministério, é o coração do ministério? Como podem a ministra e o ministério serem "destacados" ou "desafetados" de um departamento de que são o imediato superior e responsável hierárquico? Será que o primeiro-ministro não sabe isto? Depois de ter sido ministro da tutela (e antes de várias outras áreas)? Alguém está a fazer demagogia e isto não é tolerável”, escreve ainda Paulo Rangel, inconformado.

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