A atualidade política ficou, esta tarde, marcada pela exigência do CDS em ver demitidos os ministros da Administração Interna e da Defesa.
Sobre as críticas feitas por Assunção Cristas, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse desde logo, numa entrevista à RTP, ser "evidente" que ambos os governantes "estão à altura do Governo".
"Compreendo as iniciativas da oposição, mas peço apenas que se procure manter as Forças Armadas afastadas do jogo político, porque devemos esse respeito a essa instituição fundamental", acrescentou, dizendo não ter "nada a comentar" sobre as palavras de Cristas em particular.
Mesmo reconhecendo que tanto a tragédia de Pedrógão Grande como o roubo do material de guerra em Tancos são "muito graves", o governante explicou que, em primeiro lugar, "precisamos de saber o que se passou", sendo precisamente para isso "que decorrem os inquéritos respetivos, seja ao nível judicial, administrativo ou sem sede de exercício da autoridade militar".
Identificado o problema e apurado o responsável pelo mesmo, "é não hesitar perante a identificação de eventuais erros, de sacar eventuais responsabilidades, de tentar recuperar o material roubado no caso de Tancos, de tentar reconstruir o que ficou destruido em Pedrógão Grande"-
"Isso é que é exercer a responsabilidade. No fim cá estaremos para verificar o que é que de errado se passou, para corrigir erros se for necessário corrigi-los e evitar que eles se repitam", garantiu.
Por fim, o 'número dois' do Governo deixou um apelo a que se faça uma distinção "com clareza o que são as responsabilidades do Governo na condução da política, neste caso na política da defesa nacional, e o que são as responsabilidades das instituições, neste caso as Forças Armadas, no seu funcionamento e funções", não fazendo qualquer palpite sobre o destino do material militar que foi roubado da base de Tancos.