Num habitual espaço de comentário, na antena da SIC, Miguel Sousa Tavares faz uma reflexão relativamente ao Orçamento do Estado para 2018, considerando que “o défice tem descido à custa das contenções por departamentos ministeriais e à subida da receita fiscal. Ou seja, não é por via da diminuição da despesa do Estado que se tem alcançado esse decréscimo”.
Isto significa, na opinião do comentador, que, “apesar da conjuntura favorável, quer interna quer externa, o Governo não está a criar as condições para não cairmos na mesma situação de 2011, altura em que o Estado português foi à falência porque a receita não cobria as despesas”.
A fatura da crise que assolou o país em 2011 foi paga, na perspetiva de Miguel Sousa Tavares, “pelo setor económico privado. Registaram-se 300 a 400 mil desempregados e empresas simplesmente desapareceram. Mas não desapareceu nenhum serviço do Estado ou autarquia, nem foi despedido nenhum funcionário público”.
Para o escritor, “o Governo deveria incentivar a economia cá fora para a criação de empresas – o que só tem acontecido graças ao Turismo – e evitar a falência novamente. Mas, a única coisa que tenho visto ser discutido é o setor público. Este Governo tem essencialmente governado para a função pública”.