O Presidente da República comentou, durante uma visita ao Açores, a manchete desta quinta-feira do jornal Público que afirma que o Governo ficou "chocado" com a atuação presidencial. "Chocado ficou o país com a tragédia vivida", responde Marcelo.
Questionado pelos jornalistas sobre a reação dos socialistas que, segundo o jornal, ficaram chocados com a atuação do Presidente no que diz respeito à demissão de Constança Urbano de Sousa - uma vez que estaria tudo combinado com o Presidente - , Marcelo começou por explicar que "há duas maneiras de encarar a realidade". A primeira é o "diz que disse especulativo de saber quem ficou mais chocado, se foi A com discurso de B, se foi B com o discurso de A".
A segunda maneira é "a de compreender que chocado ficou o país com a tragédia vivida, com os milhares de pessoas atingidas". País esse, prosseguiu Marcelo diante dos jornalistas, que "esperou naturalmente uma palavra dirigida às vítimas e que espera com urgência construção e reconstrução".
"Esse país não pode ser esquecido sistematicamente", frisou o Chefe de Estado, relembrando que "faltam menos de dois anos para o termo desta legislatura deste Governo e deste Parlamento" e que , portanto, "há uma emergência". Entre as duas maneiras de analisar a situação, Marcelo disse entender que a forma correta é a segunda e considerou que "quem olha para a realidade do diz que disse especulativo não entendeu nem entende nada do que se passou em Portugal nas últimas semanas".
Questionado também sobre um artigo publicado no site Ação Socialista, em que Simões Ilharco escreve que "Marcelo exorbitou, claramente, dos seus poderes constitucionais", pedindo a união das Esquerdas para "impedir esta caminhada preocupante e perigosa" presidencialista, Marcelo preferiu dizer: "O que me preocupa de facto é o choque o país sofreu, a tragédia, a capacidade de resposta e uma resposta rápida". Perante a insistência dos jornalistas, disse não querer dizer "coisa diferente". "Fora dessa matéria, que mais têm a perguntar?", perguntou.