Questionado sobre o que Cavaco Silva poderá fazer, na sequência do falhanço de um acordo entre PSD, PS e CDS-PP, Jorge Moreira da Silva escusou-se a fazer "qualquer declaração que possa ser vista como um condicionamento", respondendo apenas que "este é o tempo do senhor Presidente da República".
Jorge Moreira da Silva, que liderou a delegação do PSD no processo de conversações com o PS e o CDS-PP, fez estas declarações na sede dos sociais-democratas, em Lisboa, numa conferência de imprensa em que apenas respondeu a duas perguntas.
"Hoje, mais importante do que o desacordo entre os três partidos, é a garantia de estabilidade, de coesão e de empenhamento da coligação PSD/CDS-PP no cumprimento de objetivos celebrados por Portugal e na criação de condições para o crescimento e emprego que importa destacar", sustentou o primeiro vice-presidente e coordenador da direção nacional do PSD.
O dirigente social-democrata alegou que "o atual Governo de coligação enfrentou problemas e diferenças de opinião", como "todos os governos de coligação existentes em todo o mundo", mas que "essas diferenças foram sempre enfrentadas e ultrapassadas, sob a liderança do primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho], com celeridade e reforço das condições de estabilidade e de coesão".
"Aguardamos, naturalmente, com serenidade e confiança a avaliação que o senhor Presidente da República fará da presente situação política", concluiu.
Em seguida, questionado sobre o que o PSD espera que faça o chefe de Estado, Jorge Moreira da Silva respondeu: "Este é o tempo do senhor Presidente da República, até ontem [sexta-feira] foi o tempo dos partidos políticos procurarem encontrar um compromisso de salvação, correspondendo ao apelo do senhor Presidente da República".
O dirigente social-democrata aproveitou para referir que Cavaco Silva "na comunicação que fez ao país, fez questão de enfatizar que o atual Governo estava na plenitude das suas funções".
“A posição do PSD é muito clara: nós consideramos que existem condições de estabilidade e de coesão da coligação", reiterou.