Ontem cumpriu-se o segundo dia de greve dos tripulantes de cabine da Ryanair – uma paralisação que, de acordo dados divulgados por fonte do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) à Lusa, afetou 55% do tráfego aéreo da companhia só este domingo.
Ao longo do dia, chegaram a público informações avulsas que davam conta de que a Ryanair estaria a forçar os colaboradores a trabalhar, desistindo assim da greve. Ora, para o socialista Tiago Barbosa Ribeiro, os “casos de intimidação e de assédio por parte da Ryanair que todos podemos ver (e ouvir) são completamente inaceitáveis e terão de ser punidos”.
O deputado acredita ainda que a forma como a companhia “está a lidar com a greve confirma outras ilegalidades que terão de ser igualmente punidas”.
Numa publicação feita na sua página oficial de Facebook, o socialista divulga também um contrato de trabalho a que teve acesso, celebrado com a WorkForce, empresa de recrutamento criada pela Ryanair. E, defende, “é difícil acreditar naquilo que se lê”. Ora, o “ponto 8 do contrato é uma manifesta ilegalidade. Neste campo, impõe-se mão pesada contra a Ryanair. Os trabalhadores merecem respeito. Portugal não é uma offshore laboral”.
Em relação à greve, recorde-se, segundo números divulgados pelo SNPVAC à Lusa, ontem trabalharam 52 tripulantes de um total de cerca de 350. Das 49 saídas previstas foram feitas 15 saídas com tripulação portuguesa (30%), tendo sido cancelados 27 voos (55%).
Foram ainda realizadas sete saídas com tripulação de outros países, que substituiu a portuguesa, uma situação que o SNPVAC já tinha denunciado.