O Muse é uma espécie 'bandolete', com sensores, que é colocado na testa e mede as ondas cerebrais, ajudando o seu utilizador a meditar.
"Sabemos que a meditação faz bem, mas é difícil de fazer porque tentas não pensar em nada. Depois isso não acontece e ficas frustrada", começou por dizer Ariel Garten, que é neurocientista e uma das criadoras deste dispositivo, em entrevista à Lusa.
"Por isso criámos Muse para resolver este problema", disse, adiantando ter já alguns clientes em Portugal.
Mas como é que o dispositivo funciona? O utilizador coloca o dispositivo, que está ligado via 'bluetooth' ao telemóvel, e os auscultadores. De início houve uma voz que incita a meditar. E depois os momentos seguintes dividem-se entre ouvir o som das ondas do mar, caso o utilizador esteja relaxado, ou de uma tempestade no mar (isso indica que está a pensar).
"A metáfora é que a tua mente é como o tempo: se estás a pensar, ouvirás uma tempestade, mas à medida que se fica relaxado fica-se apenas a ouvir o som do mar", explicou a cofundadora.
O sistema emite dados em tempo real para o telemóvel, pelo que o utilizador poderá aceder aos dados da sua atividade cerebral e perceber se está a fazer bem a meditação.
"O Muse lê a tua mente e dá-te resposta quando estás focado, quando estás a meditar e quando não estás", explicou Ariel Garten.
Disponível em quatro línguas - inglês, espanhol, francês e alemão -, vai passar a ter italiano e japonês nas suas opções linguísticas no próximo ano.
"Chegaremos ao português", prometeu Ariel Garten, quando questionada sobre o assunto, sem avançar uma data.
"Há o português de Portugal e o português do Brasil", disse, pelo que, devido às diferenças, não será a língua eleita para ser disponibilizada já.
No entanto, a cofundadora garantiu que tem clientes do Muse em Portugal e no Brasil.
Questionada como surgiu a ideia de criar esta ferramenta de meditação, Ariel Garten explicou que começou a trabalhar num laboratório de investigação em 2003, onde era usado um sistema de simulação de computador cerebral que analisava a atividade cerebral.
"Depois de uma década a brincar com esta tecnologia, decidimos que o melhor a fazer era ajudar as pessoas a meditar", afirmou Ariel Garten, que em conjunto com Chris Aimone and Trevor Coleman, avançou com a 'startup' Muse em novembro de 2014.
A Muse está agora numa fase de 'scaleup', ou seja, na fase de desenvolvimento do negócio.
Recentemente, a empresa atingiu a marca de 100 milhões de minutos de meditação com a sua tecnologia em todo o mundo.