'Muse', o dispositivo que ajuda a meditar, estará um dia em português

A 'startup' Musse, nascida em Toronto, marcou presença na Web Summit com o seu dispositivo de ajuda à meditação, com a cofundadora Ariel Garten a deixar a promessa de um dia este serviço estar disponível em língua portuguesa.

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© Pedro Rocha / Global Imagens

Lusa
09/11/2019 11:41 ‧ 09/11/2019 por Lusa

Tech

Web Summit

O Muse é uma espécie 'bandolete', com sensores, que é colocado na testa e mede as ondas cerebrais, ajudando o seu utilizador a meditar.

"Sabemos que a meditação faz bem, mas é difícil de fazer porque tentas não pensar em nada. Depois isso não acontece e ficas frustrada", começou por dizer Ariel Garten, que é neurocientista e uma das criadoras deste dispositivo, em entrevista à Lusa.

"Por isso criámos Muse para resolver este problema", disse, adiantando ter já alguns clientes em Portugal.

Mas como é que o dispositivo funciona? O utilizador coloca o dispositivo, que está ligado via 'bluetooth' ao telemóvel, e os auscultadores. De início houve uma voz que incita a meditar. E depois os momentos seguintes dividem-se entre ouvir o som das ondas do mar, caso o utilizador esteja relaxado, ou de uma tempestade no mar (isso indica que está a pensar).

"A metáfora é que a tua mente é como o tempo: se estás a pensar, ouvirás uma tempestade, mas à medida que se fica relaxado fica-se apenas a ouvir o som do mar", explicou a cofundadora.

O sistema emite dados em tempo real para o telemóvel, pelo que o utilizador poderá aceder aos dados da sua atividade cerebral e perceber se está a fazer bem a meditação.

"O Muse lê a tua mente e dá-te resposta quando estás focado, quando estás a meditar e quando não estás", explicou Ariel Garten.

Disponível em quatro línguas - inglês, espanhol, francês e alemão -, vai passar a ter italiano e japonês nas suas opções linguísticas no próximo ano.

"Chegaremos ao português", prometeu Ariel Garten, quando questionada sobre o assunto, sem avançar uma data.

"Há o português de Portugal e o português do Brasil", disse, pelo que, devido às diferenças, não será a língua eleita para ser disponibilizada já.

No entanto, a cofundadora garantiu que tem clientes do Muse em Portugal e no Brasil.

Questionada como surgiu a ideia de criar esta ferramenta de meditação, Ariel Garten explicou que começou a trabalhar num laboratório de investigação em 2003, onde era usado um sistema de simulação de computador cerebral que analisava a atividade cerebral.

"Depois de uma década a brincar com esta tecnologia, decidimos que o melhor a fazer era ajudar as pessoas a meditar", afirmou Ariel Garten, que em conjunto com Chris Aimone and Trevor Coleman, avançou com a 'startup' Muse em novembro de 2014.

A Muse está agora numa fase de 'scaleup', ou seja, na fase de desenvolvimento do negócio.

Recentemente, a empresa atingiu a marca de 100 milhões de minutos de meditação com a sua tecnologia em todo o mundo.

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