Um estudo apresentado na conferência ACM FAT 2020 de Barcelona, Espanha, aponta para a possibilidade de a exposição a conteúdos de extrema direita proporcionada pelo YouTube tornar os seus utilizadores mais radicais.
Os investigadores - pertencentes à Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, e à Universidade Federal de Minas Gerais, no Brasil - encontram sinais que os utilizadores que interagem com conteúdo de extrema direita começam a comentar mais neste tipo de conteúdo. Os investigadores analisaram quase 72 milhões de comentários em 331 mil vídeos publicados em 349 canais diferentes.
“Uma quantidade significativa de comentadores migra sistematicamente de comentar exclusivamente em conteúdo mais suave para comentar em conteúdo mais extremo. Argumentamos que esta descoberta oferece pistas suficientes que tem havido, e continua a haver, uma radicalização no YouTube e a nossa análise da atividade destas comunidades… É consistente com a teoria que conteúdo mais extremo vai à ‘boleia’ da popularidade de conteúdos ‘alt-lite’... Mostramos que este fenómeno de migração não só é consistente ao longo dos anos como também é significante na sua quantidade absoluta”, pode ler-se no ‘paper’ do estudo partilhado pelo TechCrunch.