A parceria entre o instituto e a plataforma internacional destina-se a "premiar os dez melhores projetos" de séries de ficção ou documentário, apresentados por "argumentistas e autores residentes em Portugal" num concurso que abre na quinta-feira e termina a 1 de junho.
De acordo com o regulamento na página oficial do ICA, são aceites no máximo duas candidaturas por autor ou argumentista e projetos em coautoria até cinco pessoas.
Segundo o regulamento, haverá uma pré-seleção por um júri português, mas será a plataforma Netflix a selecionar os projetos a serem financiados, atribuindo 25 mil euros aos cinco melhores e seis mil euros aos restantes.
"A Netflix, a seu exclusivo critério, pode ter a iniciativa de continuar a apoiar um ou alguns dos cinco melhores projetos, sem assumir nenhuma obrigação presente a esse respeito", lê-se no documento disponibilizado na página do ICA.
Caso a Netflix não dê continuidade a algum dos projetos, "os autores mantêm todos os direitos sobre a obra".
O júri que fará a pré-seleção dos projetos -- e anunciará os resultados até 30 de julho - integra Verónica Fernández, diretora de conteúdos da Netflix, Luís Proença, adjunto de comunicação da Fundação Calouste Gulbenkian, o escritor Possidónio Cachapa, a jornalista Isabel Lucas e o realizador Jorge Paixão da Costa.
Este apoio financeiro é anunciado numa altura em que o setor do audiovisual está também praticamente paralisado por causa da pandemia da covid-19, com adiamento ou cancelamento de rodagens.
Em março, a revista Variety anunciava que a plataforma de 'streaming' iria criar um fundo de 100 milhões de dólares (92 milhões de euros) para apoiar "profissionais da comunidade criativa que ficaram sem emprego e sem recursos durante a crise causada pelo novo coronavírus".
No âmbito desse fundo, a 15 de abril, a a Neflix Espanha anunciava que uma parte dessa fatia de apoio seria para "uma linha de assistência para os profissionais do audiovisual" que foram mais atingidos pela covid-19 em Espanha.
E ainda que 13,8 milhões de euros seriam destinados "a fundos de emergência" em vários países como Reino Unido, Itália ou França, entre outros".
Na altura, a agência Lusa questionou, sem obter resposta, a plataforma de 'streaming' sobre possível extensão de apoios a Portugal.
De acordo com os dados mais recentes, a Netflix está presente em mais de 190 países, incluindo Portugal, e conta "com mais de 167 milhões de adesões pagas de membros que usufruem de séries, documentários e filmes".