A operação consistia essencialmente em divulgar comentários sobre assuntos diversos - designadamente para criticar Joe Biden, o candidato democrata, e fazer a apologia do Presidente Donald Trump - para "dar a impressão de um amplo apoio às suas opiniões", indica um comunicado da empresa tecnológica hoje divulgado.
"As operações enganadoras como estas representam desafios particularmente complexos porque confundem as linhas entre debate público e manipulação", sublinha o Facebook.
A rede social estabeleceu uma ligação entre estes comentários e a Rally Forje, "apesar de as pessoas desta operação terem tentado dissimular as suas identidades e a coordenação entre eles".
Esta sociedade de marketing norte-americana trabalha para a Turning Point USA, uma organização pró-Trump.
Em teoria independente da campanha para o milionário republicano, em 2019 focalizou-se nos designados 'swings states', os Estados do país suscetíveis de efetuarem uma reviravolta eleitoral de um escrutínio para outro, com o objetivo de impor as ideias conservadoras.
A campanha de Rally Forge, detetada inicialmente pelo diário Washington Post, consistia em 200 contas e 55 páginas do Facebook, e ainda 76 contas Instagram, todas retiradas pelo gigante das redes sociais.
Cerca de 370.000 pessoas estavam associadas a pelo menos uma destas páginas e perto de 22.000 contas Instagram seguiam pelo menos uma das contas envolvidas na plataforma de fotos.
"Muitas destas contas recorriam a fotos de perfil genérico e faziam passar-se por indivíduos de direita que viviam um pouco por todos os Estados Unidos", detalhou o Facebook.
A operação lançada em 2018, e depois adormecida, foi reativada em junho, com "identidades ligeiramente dissimuladas" de pessoas que utilizavam o seu próprio nome, e de seguida alterados.
"Consideramos que esta mudança de tática foi devido ao facto de a maioria das contas falsas desta rede terem sido localizadas pelo nosso sistema de deteção automática", assegura ainda a plataforma.
Desde há meses que o Facebook desmantela campanhas internas e estrangeiras para não repetir o traumatismo de 2016, quando a sua rede foi utilizada para operações em massa de manipulação de eleitores, durante o escrutínio presidencial nos Estados Unidos e o referendo do 'Brexit' no Reino Unido.