Atualmente, os serviços por subscrição são já de tal forma numerosos que provavelmente haverá espetadores que se recusam em tornarem-se membros de mais. Netflix, HBO, Prime Video, Spotify, Disney+... Entre tanto conteúdo por onde escolher, é muitas vezes difícil justificar a subscrição de mais serviços deste tipo.
Este é um obstáculo que aparentemente a Eleven Sports não quer colocar, o que levou ao lançamento de um serviço até aqui inédito em Portugal. O Pay-per-Time é uma subscrição com duração de apenas 48 horas, permitindo o acesso a todos os canais da Eleven Sports sem necessidade de subscrever o serviço mensalmente ou anualmente.
O Pay-per-Time é lançado esta segunda-feira, dia 2 de novembro, e tem um custo de 6,99 euros. Gostaria de ver uma jornada especialmente interessante da Liga dos Campeões mas tem dificuldade em justificar o preço para o resto do mês? O Pay-per-Time ajuda-o a contornar esta questão ao dar acesso apenas por um período mais curto.
Foi a propósito desta aposta que colocámos (abaixo) algumas questões ao responsável de Marketing e Comunicação da Eleven Sports em Portugal, Nuno Miranda, que fez um ponto de situação do serviço em Portugal e traçou o caminho para o futuro no nosso país, que passa também pelos eSports.
Como tem sido o desempenho do serviço da Eleven em Portugal? E no contexto de pandemia?
Estes últimos dois anos de operação em Portugal foram bastante desafiadores com resultados bastante positivos. Não só conseguimos trazer uma nova abordagem comunicacional omnicanal com uma forte base em ‘data driven’ e ‘customer engagement’, como provámos que é possível encarar o fenómeno desportivo apenas pela positiva.
Inovamos em diversos formatos e conteúdos, como por exemplo os jogos em direto no Facebook, Pay per View, Gift Cards, Watch Together, e colocando os fãs no centro do que fazemos e disponibilizamos ao mercado.
Hoje, num período tão curto, a marca está no ‘top of mind’ dos fãs de desporto, contamos com mais de meio milhão de seguidores nas redes sociais e o maior índice de ‘engagement rate’ a nível nacional de um canal desportivo; e reconhecimento como o melhor canal desportivo de 2019 pela Meios e Publicidade.
Em Abril anunciámos que tínhamos atingido os 100 mil subscritores em Portugal. Neste momento estamos bastante acima desse valor e detemos a maior base de clientes OTT desde a entrada nos operadores em fevereiro de 2019. A nossa base de subscritores aproxima-se atualmente dos 25% de todo o mercado ‘premium’ de desporto em Portugal.
O período pandémico tem sido desafiante, mas também nos permitiu testar novas ofertas e contactar com novas pessoas e novos subscritores. Aliás, foi neste período que acabámos por alcançar o nosso maior número de sempre em termos de audiência. E isso deveu-se, em parte, à forma como adaptámos a programação e apostámos em novos e diferentes formatos, como foi o exemplo dos eSports.
Porque decidiram introduzir este novo modelo de subscrição?
Os consumidores procuram hoje formas cada vez mais flexíveis de assistirem a conteúdos desportivos, sem a obrigatoriedade de subscreverem pacotes completos. As redes sociais são um dos nossos motores que nos fazem evoluir e melhorar com as sugestões dos fãs regularmente e encaramos os padrões de consumo dos adeptos como voláteis, sobretudo neste contexto atual, marcado por um maior confinamento. Um dos objetivos partiu precisamente da nossa intenção de otimizar a nossa oferta e adaptá-la ao máximo às expectativas que sabemos que existem por parte das fãs.
O lançamento deste passe de 48 horas sem limite de conteúdos, permite aos fãs ver durante apenas um período mais curto, sem que a sua escolha esteja limitada apenas a um evento. Pode ser uma jornada da Champions League, um fim de semana de Grande Prémio de F1 ou de uma jornada de algumas das principais ligas europeias das quais detemos os direitos. Este produto acaba por ser inovador e é um passo essencial que nos permite estar próximos dos fãs e responder às suas expectativas.
Há o risco do novo modelo eliminar a necessidade da subscrição mensal ou anual?
Não, de todo. São produtos diferentes que respondem a ambições e expectativas de consumidores exigentes.
A nossa convicção é que este passe possa ser o 'driver' para o crescimento de subscrições de novos clientes, um novo target que ainda não tenha tido a oportunidade de experimentar Eleven e que depois se fidelizem ao serviço.
Quais são os próximos objetivos da Eleven? Têm alguma nova funcionalidade a caminho?
O nosso foco continua a ser o de nos mantermos próximos dos fãs de desporto, ouvir, interagir e de responder às suas expectativas com a melhor oferta e experiência de serviço resultando num life time value para além da época desportiva e satisfação do produto recebido.
Recentemente, tivemos o ‘rebrand’ da Eleven com um ‘look & feel’ mais atual onde a estratégia assenta em 3 novos pilares: eSports, Women e Next.
Acreditamos que ainda existe espaço para crescer e continuar a inovar no mercado das transmissões desportivas em Portugal.
Aliás, renovámos recentemente os direitos da LaLiga Santander até 2024 e da NFL até 2023, o que demonstra a confiança que os nossos parceiros depositam em nós. Estamos sempre a avaliar um conjunto de hipóteses e há muitos cenários a serem discutidos, sobre os quais falaremos quando houver algo em concreto.
Num contexto de pandemia, conseguimos perspetivar uma compra dos direitos de transmissão da Liga Portuguesa de futebol?
A nossa intenção é sempre avaliar direitos no mercado nacional e internacional que sejam do interesse dos fãs, mas, no contexto atual, e com o enquadramento de detenção e partilha de direitos, esse cenário não se perspetiva. Mas estamos sempre atentos a oportunidades para inovar e alargar a nossa oferta, embora estejamos satisfeitos com o portefólio de direitos que detemos atualmente.