Eleições. Redes sociais lidam de forma diferente com publicações falsas

Publicações falsas ou de apelo à violência têm proliferado nas principais redes sociais desde o início das eleições presidenciais nos Estados Unidos, tal como previam muito observadores, com as plataformas a lidarem com a situação de formas diferentes.

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© ROBYN BECK/AFP via Getty Images

Lusa
07/11/2020 06:27 ‧ 07/11/2020 por Lusa

Tech

Eleições EUA

O Facebook e o Twitter agiram rapidamente colocando avisos e removendo publicações falsas, tal como as afirmações 'não verificadas' do presidente Donald Trump e dos seus apoiantes sobre a alegada fraude em larga escola a decorrer em estados-chave para o desfecho das eleições.

O 'feed' de notícias do candidato republicano nas suas redes sociais está agora repleto de 'selos' que alertam para a falta de veracidade daqueles conteúdos.

Para o investigador do Centro de Informação, Tecnologia e Vida Pública da Universidade da Carolina do Norte, Daniel Kreiss, "o Facebook e o Twitter tinham uma estratégia clara para monitorar certas contas" e prepararam-se para suprimi-las à mínima ofensa.

Mas este não foi o caso da rede social YouTube, destacou o investigador, citado pela agência France-Presse (AFP).

Um grupo de vigilância de comunicação social, Media Matters, criou uma lista de vídeos com informações falsas a circular naquela plataforma de vídeo da Google, e que tem já mais de um milhão de visualizações esta semana, sendo que alguns deles ainda estão 'online'.

"Vídeos do YouTube a promover desinformação sobre os resultados da eleição presidencial de 2020 receberam um grande número de visualizações, apesar da política da plataforma de banir conteúdo que visa enganar as pessoas sobre o processo eleitoral", escreveu Alex Kaplan na quinta-feira, no blogue Media Matters.

Apesar destas situações, o YouTube removeu alguns conteúdos problemáticos, como um episódio no canal de Steve Bannon, em que o ex-conselheiro de Donald Trump juntou um responsável médico, Anthony Fauci, especialista em doenças infeciosas, e o chefe do FBI, Christopher Wray.

"Removemos este vídeo que ia contra as nossas regras contra o incitamento à violência. Continuaremos vigilantes na aplicação de nossas políticas durante o período pós-eleitoral", assegurou o porta-voz do YouTube, Alex Joseph.

Já o Twitter foi mais além, excluindo permanentemente a conta de Bannon.

O YouTube não parece ser tão resistente ou rectivo como as restantes redes sociais no seu esforço de moderação.

"O problema com os vídeos, especialmente os vídeos ao vivo, é que é difícil para a inteligência artificial (IA) detetar um problema", apontou um professor de comunicação da Universidade de Hartford, Adam Chiara, citado pela AFP.

Esta circunstância pode explicar o porquê de outras plataformas de partilha de vídeo tenham sido invadidas com tentativas de desinformação.

O Media Matters identificou vários vídeos publicados na popular rede social TikTok, de apoiantes do movimento de conspiração QAnon, que desenvolveu uma teoria sombria em torno de supostos votos falsos feitos por democratas.

Após terem mais de 230 mil visualizações, os vídeos foram excluídos.

Do lado do Facebook e do Twitter, a vigilância deve manter-se nos próximos dias, em especial porque Donald Trump continua a espalhar boatos sobre uma suposta fraude nas eleições e não parece estar pronto para assumir a possível derrota.

 

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