Especialistas em tecnologia indianos desenvolveram software e websites para ajudar a população a reservar, online, vacinas contra a Covid-19. Porém, esta estratégia faz aumentar a preocupação sobre uma vantagem injusta de quem tem acesso a tecnologia.
A Índia, que enfrenta uma dura segunda vaga da pandemia, tem sido severamente criticada pela lentidão na campanha de vacinação contra a Covid-19. Como revela a Reuters, apenas 2% de 1.3 mil milhões de pessoas estão completamente imunizadas contra a doença provocada pelo SARS-CoV-2.
O governo do país alargou a vacinação a partir de 1 de maio, mas é necessário um registo - no site CoWin - para quem tem entre 18 e 44 anos. O problema? As vagas são escassas para a procura.
Para agilizar o processo, os especialistas recorreram a uma Api [Interface de Programação de Aplicações] pública para criar sites que publicam os resultados poucos minutos após a atualização de vagas no site do governo. Estas plataformas enviam depois alertas da vacinação por email ou até mesmo para grupos do Telegram.
Berty Thomas, de 35 anos, automatizou a pesquisa para reservar uma vaga para ser vacinado e criou um site - under45.in - que verifica se há vagas e envia alertas para cerca de 100.000 pessoas em 60 grupos do Telegram em várias cidades.
Mas este é apenas um exemplo, já que vários especialistas têm-se dedicado a criar plataformas do género. Ora, o que pode ser uma vantagem para uns, está a ser encarado também como uma injustiça para outros, já que, na Índia, uma grande fatia da população não tem acesso a tecnologia.
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