Na sua primeira entrevista desde que se tornou o principal dirigente da NASA esta semana, o antigo senador Bill Nelson disse à Associated Press na sexta-feira que acompanhar as alterações climáticas é uma questão principal.
A sua visão para a NASA é "explorar os céus com homens e máquinas".
Sobre a eventualidade de colocar homens na Lua em 2024, um prazo mencionado pelo governo anterior, Nelson, de 78 anos, que viajou no 'space shuttle' (vaivém espacial) Columbia em 1986, disse que precisava de tempo para rever o assunto.
"Essa é uma data que serve de referência, mas penso que temos de colocar alguma dose de realismo na nossa análise", disse, na sede da agência, em Washington.
As expedições lunares iriam beneficiar as tripulações para Marte, seguindo Nelson. Mas saber se é possível enviar missões a Marte na próxima década "está em discussão".
Nelson elogiou o SpaceX, de Elon Musk, pelo seu sucesso no ano passado, transportando astronautas para e da Estação Espacial Internacional para a NASA e, agora, lançando e fazendo aterrar com sucesso um protótipo Starship, em tamanho real. Este aparelho é o que a NASA tenciona usar para colocar astronautas na Lua, mas o contrato de três mil milhões de dólares está a ser contestado por dois concorrentes que o perderam.
O novo administrador da NASA adiantou que não procurou este cargo e que tinha recomendado três mulheres. Acrescentou que disse à Casa Branca que só aceitaria a nomeação se tivesse uma mulher como vice, cargo para que foi finalmente escolhida a antiga comandante de um 'space shuttle' Pam Melroy.
Nelson é o 14.º administrador da NASA e o terceiro que já esteve no espaço. Tomou posse na segunda-feira, em cerimónia dirigida pela vice-presidente, Kamala Harris, que vai liderar o Conselho Nacional do Espaço.
Depois do fim das missões dos 'shuttles', em 2011, a NASA ficou dependente da Federação Russa para levar os seus astronautas para e da estação espacial, até ao primeiro voo da SpaceX em 2020.
"Apesar das diferenças políticas entre os governos, sempre tivermos esta cooperação espacial", disse Nelson. "E é minha fervorosa esperança que assim continue", reforçou.
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