Na cimeira, que integra as comemorações do quinto centenário da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães que se assinalou em 2019, Ricardo Conde disse que Portugal é "uma nação de exploradores" que quer continuar essa ambição "da profundeza dos oceanos para o espaço".
"Temos todas as condições para isso: somos uma nação atlântica, rica em termos territoriais. Mesmo que a maior parte seja oceano, devemos tirar proveito dessa matéria-prima", frisou.
Para atingir esse objetivo, a Agência Espacial Portuguesa pretende, com a ajuda da Europa, desenvolver novas políticas de dados, expandir a capacidade dos teleportos, aceder a programas científicos europeus e construir uma constelação atlântica de satélites de modo a obter conhecimentos e criar novas aplicações de segurança para as comunicações.
"Queremos [nos Açores] um projeto ecológico de acesso ao espaço, é uma ambição que espero que possamos iniciar ainda este ano" através do desenvolvimento dos "novos veículos, os Space Riders, que vão permitir experiências vivas no espaço e que vão permitir alcançar os nossos sonhos", expôs Ricardo Conde.
O Space Rider surge no contexto de um "ecossistema" que está a ser criado na ilha açoriana de Santa Maria, que conta já com estruturas como o teleporto e onde foi inaugurada no dia 27 de abril uma antena de 15 metros dedicada à recolha de dados científicos que vão permitir perceber as alterações climáticas.
Está previsto que o contrato para a instalação e funcionamento do Porto Espacial de Santa Maria vá a concurso ainda este ano, para que a obra possa ser iniciada em 2022, estando o voo inaugural previsto para 2023, disse Ricardo Conde à Lusa em abril.
Na Glex Summit, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, declarou que o "espaço transforma a economia" e que "fornece um enquadramento único para novas ideias, novas formas de produzir materiais avançados e desenvolver novos produtos".
Portugal está a "facilitar o acesso a todos os que queiram ir para o espaço para criar novas ideias com impacto nas pessoas e nas nossas vidas diárias, desde a agricultura de precisão, às pescas, ao controlo dos mares", disse Manuel Heitor.
"Não há limites para a exploração espacial, para observar a terra e olhar para o espaço exterior, fazer dele um laboratório", concluiu.
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