"Na última semana, as nossas equipas têm vindo a trabalhar 24 horas por dia para fazer tudo o que podemos para ajudar a manter as pessoas seguras", disse o diretor dos regulamentos de segurança do grupo, Nathaniel Gleicher, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Seguindo recomendações de ativistas de direitos humanos, jornalistas e organizações não-governamentais (ONG), a rede social introduziu uma função que permite ao utilizador bloquear a conta "num só clique".
O bloqueio impede que as pessoas que não fazem parte dos contactos do utilizador descarreguem ou partilhem a sua imagem do perfil ou vejam conteúdo publicado.
Além disso, foi removida temporariamente a possibilidade de ver a "lista de amigos" de um utilizador e de procurar perfis de contas do Facebook no Afeganistão, dificultando a busca de pessoas procuradas pelos talibãs, acrescentou Gleicher.
Os utilizadores do Instagram no Afeganistão receberão notificações sobre a forma de proteger as suas contas.
A plataforma disse ter uma equipa de peritos dedicados, que falam as línguas do país, para ajudar a identificar possíveis problemas.
Na terça-feira, o Facebook encerrou uma linha direta criada pelos talibãs no WhatsApp para responder a potenciais queixas de afegãos.
"Somos obrigados a cumprir as leis de sanções dos EUA. Isto inclui a proibição de contas que se apresentam como contas oficiais dos talibãs", disse um porta-voz do WhatsApp.
Os talibãs responderam criticando o Facebook, na sua primeira conferência de imprensa, transmitida na terça-feira pela internet.
Questionado sobre o respeito pela liberdade de expressão, o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, disse que "a questão deve ser colocada àqueles que se dizem garantes da liberdade de expressão, mas não permitem a publicação de todas as informações. A questão deve ser colocada a eles, a empresa Facebook".
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Leia Também: WhatsApp e YouTube garantem combater presença online dos talibãs