"Eu também não tenho acesso ao Facebook; já tínhamos informado que, por razões de segurança e outras preocupações de interesse nacional, o Governo tem direito a fazer ajustamentos", disse o porta-voz do Governo do Burkina Faso, Alkassoum Maïga, em declarações ao portal Burkina24, citadas pela agência espanhola de notícias, a Efe.
"Todos vemos a situação que vivemos agora no nosso país, acredito que se temos de escolher entre deixar que a insegurança se estenda, ou tomar medidas que permitam manter um mínimo de controlo sobre a situação, parece-me claro que a escolha do interesse nacional deve estar acima dos nossos interesses particulares", argumentou o porta-voz do Governo para justificar o acesso restrito ao Facebook e à internet, em geral.
Os problemas de acesso ao Facebook através de uma ligação móvel à internet, usada pela maioria dos habitantes do Burkina Faso, começaram no passado dia 10 de janeiro, depois de já entre 20 e 28 de novembro a internet ter sido cortada por motivos de "segurança pública", no seguimento de um ataque terrorista no norte do país, no dia 14, que fez 53 mortos.
Apesar de este país africano ser vítima de violência terrorista desde 2015, este ataque gerou muita indignação e deu lugar a manifestações contra a insegurança, nas quais foi exigida a demissão do Presidente, Roch Marc Christian Kaboré.
Uma manifestação convocada para sábado com o propósito de criticar a insegurança foi, entretanto, proibida pela câmara de Ouagadougou, no mesmo local onde um comício em novembro tinha acabado em violência.
Para sábado está também prevista outra manifestação de apoio ao Mali, país vizinho que foi alvo de sanções pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), mas que ainda não foi proibida, segundo a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
A insegurança no Burkina Faso já provocou 1,5 milhões de desalojados, de acordo com os dados do Governo.
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