Rússia acusa Wikipedia de difundir informações falsas sobre a guerra

O regulador russo de comunicações, Roskomnadzor, exigiu hoje que a enciclopédia virtual Wikipedia ponha termo à "publicação de informação falsa" sobre o que Kremlin denomina "operação militar especial" da Rússia na Ucrânia. 

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Lusa
05/04/2022 10:39 ‧ 05/04/2022 por Lusa

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Ucrânia/Rússia

Em comunicado, o Roskomnadzor indica que segunda-feira enviou uma petição à Procuradoria Geral da Rússia solicitando que a administração da plataforma Wikipedia passe a limitar a difusão de "informação não confiável".

"Recentemente publicou-se em grande escala conteúdos na Wikipedia que difundem informação pouco confiável sobre a 'operação militar especial' na Ucrânia e as ações das Forças Armadas da Federação Russa", refere o regulador.

"A Wikipedia converteu-se numa nova linha com constantes ataques de informação contra os russos", indica o mesmo documento, ao mesmo tempo que acusa os autores dos artigos publicados na enciclopédia virtual de "desinformar os utilizadores" através de "informação falsa".

O organismo estatal russo diz ainda que os artigos publicados na Wikipedia "promovem uma interpretação dos factos exclusivamente" contra a Rússia. 

O Roskomnadzor recorda também que já tinha enviado anteriormente um pedido à Wikipedia para eliminar "informação falsa sobre os acontecimentos na Ucrânia" ameaçando com uma multa de quatro milhões de rublos (43 mil euros).

A plataforma Wikipedia não pagou a multa. 

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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