O CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, apresentou recentemente uma proposta para adquirir o Twitter, tendo até conseguido apoio de múltiplas entidades financeiras para concluir o negócio.
A concretização do negócio parece estar praticamente garantida mas, aparentemente, o acordo foi temporariamente suspenso. Quem o diz é o próprio Musk, na respetiva página de Twitter com uma mensagem onde explica a decisão.
“O negócio do Twitter está temporariamente suspenso devido a detalhes sobre os cálculos de que contas falsas/spam representam menos de 5% dos utilizadores”, pode ler-se na mensagem.
Como conta o artigo da Reuters partilhado por Musk, Este número de contas falsas/spam é relativo ao primeiro trimestre do ano, o que impacta diretamente o número de utilizadores ativos impactados pelos anúncios publicitários que rendem receita à empresa - o que compõem um total de 229 milhões de utilizadores.
Recordar ainda que Elon Musk se encontra a ser investigado pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA por ter demorado a divulgar a compra de 9,2% das ações do Twitter. Todavia, acredita-se que esta investigação não deverá afetar a aquisição da empresa responsável pela rede social.
A notícia da suspensão da compra no Twitter fez com que as ações caíssem quase 20% para cerca de 36,5 dólares, em negociação contínua antes da abertura de Wall Street.
Em 28 de março, o Conselho de Administração do Twitter aceitou a oferta de aquisição de Musk no valor de 44.000 milhões de dólares, à razão de 54,20 dólares por ação, embora o negócio ainda não tenha sido fechado e deva ser aprovado pelos reguladores.
O empresário nascido na África do Sul, um fã assumido da rede social, apresentou-se como um defensor da "liberdade de expressão" na plataforma e parece levar essa missão como uma bandeira na sua tomada de posse.
Outra das mudanças que Musk prometeu se a compra for concluída é derrotar os 'spam bots' (contas automatizadas) que são publicados nesta rede social, bem como combater as contas falsas que são utilizadas para distorcer o tráfego e o impacto das mensagens nesta plataforma.
Nas últimas semanas, vários fundos de investimento e outros bilionários comprometeram-se a contribuir com 7.000 milhões para os 21.000 milhões que Elon Musk se comprometeu a pagar do seu próprio bolso para adquirir o Twitter.
Entre os magnatas que apoiam Musk estão a cofundadora da Oracle Lara Ellison, a empresa financeira Sequoia, a plataforma de troca de criptomoedas Binance e o príncipe saudita Ali Walid al-Thalal, de acordo com um documento enviado à Securities and Exchange Comission (SEC).
O magnata tinha anunciado a sua intenção de retirar a empresa da bolsa uma vez concluída a operação de compra, bem como de ocupar o cargo de CEO (Chief Executive Officer, presidente executivo) -- como a CNBC relatou na altura -- durante pelo menos "alguns meses" e que, após três anos, a venderia novamente.
Musk também disse que levantaria o veto da rede social ao antigo presidente dos EUA Donald Trump, cuja conta permanece encerrada desde o ataque ao Capitólio por milhares dos seus seguidores em 2021.
O Twitter registou lucros de 513 milhões de dólares (mais de 490 milhões de euros) no primeiro trimestre deste ano, mais sete vezes do que um ano antes (mais 655%), impulsionados pela venda do negócio de publicidade móvel MoPub.
Twitter deal temporarily on hold pending details supporting calculation that spam/fake accounts do indeed represent less than 5% of usershttps://t.co/Y2t0QMuuyn
— Elon Musk (@elonmusk) May 13, 2022
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